A primeira audiência preliminar do caso de Virginia Giuffre contra o príncipe André aconteceu na última segunda-feira em Nova Iorque.
A vítima de Jeffrey Epstein, magnata que foi acusado de vários crimes de abuso sexual, acusa o filho de Isabel II de abusar dela quando ela tinha apenas 17 anos, mas Andrew Bettler, representante legal do príncipe André nos Estados Unidos, descreveu o procedimento como “ilegal”. O advogado considera que o processo de intimação não foi respeitado, garantindo ainda que Virginia tinha assinado um acordo secreto com Epstein, que morreu em 2019 na prisão, que a impediria de falar agora.
A equipa legal do duque de York levantou a dúvida sobre se o príncipe teria sido corretamente citado e informado, já que não tinham sido tomadas as medidas necessárias para dar início ao caso, nem tinha sido enviada uma cópia do processo ao acusado.
Já os advogados de Virginia afirmam que os documentos foram entregues no passado dia 27 de agosto aos agentes da polícia da propriedade onde reside o príncipe, em Windsor, embora na primeira tentativa de entrega os documentos tenham sido alegadamente recusados. A defesa do príncipe nega que os documentos tenham sido entregues.
Além disso, os advogados de André vão mais longe, sublinhando que estão “muito preocupados com o fundamento deste processo”, questionando se se trata de um caso “infundado, inviável e potencialmente ilegal”, dado que, assegura Bettler, existirá um acordo prévio entre Virginia Giuffre e Jeffrey Epstein, que a vítima terá assinado em 2009, para “libertar o duque e outros de toda a responsabilidade potencial”.
O juiz Lewis Kaplan, responsável pelo caso, não deu para já o seu veredito, mas recordou que insistir em detalhes administrativos não é mais do que uma forma de atrasar o processo. “Estamos a tornar isto mais complicado do que realmente é, eliminemos todos os detalhes técnicos e vamos ao fundo da questão”, declarou.
Mesmo assim, a equipa jurídica do príncipe André pediu a intervenção da justiça britânica para determinar se o processo tinha sido executado de forma correta. O pedido não lhe foi concedido, mas paralisou o caso durante mais uma semana, para que os advogados de Virginia enviassem novamente os documentos dentro dos prazos. A próxima audiência está marcada para 13 de outubro.