Muito se tem escrito sobre a atual relação de William e Harry. Os dois irmãos, que já foram inseparáveis, parecem estar mais distante do que nunca. E muitos acreditam que essa situação está longe de melhorar. O casamento de Harry com Meghan é apontado como o foco do problema entre os dois irmãos, que terão começado a ter ideias divergentes e a terem discussões. Não se sabe se tal é totalmente verdade ou não, mas o certo é que muito mudou nos últimos anos.
Afinal, não foi assim há tanto tempo que Harry era acusado pelo público de estar demasiado presente no casamento do irmão. E de se dar demasiado bem com Kate. Um é pouco, dois é bom, três é demais”, diz o ditado popular. E diziamm alguns ingleses quando viam William e Kate constantemente acompanhados pelo irmão do príncipe, Harry.
Há cerca de oito anos, uma crónica de Rebecca English, especialista em realeza do jornal Daily Mail, referia-se ao filho mais novo de Carlos e Diana como ‘Harry the Goosberry’, rima que traduzida de forma literal significa ‘Harry, o pau de cabeleira’. No seu texto, a senhora English dava mesmo a entender que muitas vozes no Reino Unido opinavam que existiam demasiadas pessoas no casamento dos duques de Cambridge e defendiam que a omnipresença de Harry junto do irmão e da cunhada poderá vir a ter consequências nefastas.
Rebecca English afirmava que Harry, por causa da morte prematura da mãe, a princesa Diana, se tinha tornado demasiado dependente do irmão e, por osmose, teria estendido essa dependência à cunhada. Não se apercebendo de que às vezes estaria a invadir excessivamente a privacidade dos então recém-casados.
Quanto a Kate, encantada com as demonstrações de carinho que o irmão do marido lhe dava e divertida com o feitio sempre brincalhão dele, teria incentivado essa proximidade. Algo que era justificado por ainda estar a adaptar-se à família real, e ter alguém, além de William, que lhe demonstrava de forma tão aberta uma aceitação incondicional – Harry referiu-se várias vezes a ela como “a irmã que não tive” – só podia fazê-la sentir-se bem.
‘Escaldados’ com o dramático triângulo amoroso formado por Carlos, Diana e Camilla, os britânicos tinham tanto medo de ver a história repetir-se que entraram em pânico só de verem Kate e Harry trocar constantes olhares cúmplices, sorrisos calorosos e muitas gargalhadas nas suas aparições públicas conjuntas. Um desconforto que se agravou cada vez que William não se ria em simultâneo com os dois: só podia ser por ciúmes, garantiam logo as más-línguas.
O antigo inseparável trio formado por Harry, Kate e William foi também assunto na revista Star, que publicou um artigo intitulado “A realeza adora triângulos”, numa alusão explícita ao caso Diana/Carlos/Camilla e implícita a outros exemplos de que a História é pródiga. Tantos que seria fastidioso enumerá-los. E até o circunspecto The Times comparou Harry à personagem do ator Owen Wilson no filme Eu, Tu e o Emplastro, no qual Owen é um padrinho de casamento que se ‘pendura’ inoportunamente em casa dos seus afilhados, papéis a cargo de Matt Dillon e Kate Hudson. Uma comparação suscitada pelo facto de o jovem príncipe ter, na altura, trocado o reduzido apartamento de cobertura que em tempos partilhou com o irmão em Clarence House (a residência oficial do príncipe Carlos) por um loft pouco maior no Palácio de Kensington. O mesmo que Kate e William escolheram para morar em Londres.
Na altura, os britânicos desejavam que Harry se apaixonasse e formasse a própria família. Acreditavam que só assim o príncipe iria deixar de ser um “incómodo” na relação do irmão e da cunhada. Curiosamente, foi mesmo verdade que muito mudou desde que Harry iniciou o relacionamento com Meghan. O que os ingleses não esperavam, no entanto, é que a relação dos dois irmãos desse a volta que acabou por dar.
Agora, muitos desejam ver William e Harry novamente em momentos de companheirismo e irmandade, contudo esses dias parecem estar longe de voltar a acontecer. Harry rompeu com a família real britânica, deixando de ser “membro sénior” da realeza, tendo mudado para os EUA, onde pretende educar o filho, Archie.