Desde que foi apresentada como namorada do príncipe Harry, Meghan causou tumulto na família real e também nos jornais locais. No entanto, e contra o que seria de esperar, a monarquia britânica mostrou-se moderna e atual e disse ‘sim’ a uma mulher afro-americana, divorciada e atriz, características que não constam, certamente, no seu rol de preferências, avaliando os restantes membros e respeitvos cônjuges.
No entanto, Meghan acabou por ser aceite e casou-se com Harry no em maio de 2018. Um ano depois chegou o primeiro (e até agora único) filho do casal, Archie.
No que respeita à comunicação social, as opiniões dividem-se e duas grandes publicações semanais locais, The Spectator e New Statesman, mostram lados contrários da mesma história.
O primeiro segue a linha do pensamento conservador e os seus títulos a respeito do tema mostram que a presença da duquesa na família real não é bem-vinda. Num artigo datado do mês passado e intitulado “Deceção real: o comportamento de Meghan e Harry está a minar a monarquia”, pode ver-se que a duquesa não agrada e, possivelmente, nunca vai agradar a algumas franjas da sociedade.
“Nunca na história da realeza a boa vontade da opinião pública foi desperdiçada tão rapidamente. O problema de Harry e Meghan é que eles não podem ser uma coisa e o oposto, como todos já perceberam, exceto eles mesmos. A sua recusa em decidir definitivamente entre uma vida financiada pelos contribuintes e uma vida privada é a raiz da tensão atual”, refere o artigo, referindo ainda que “os movimentos” dos duques de Sussex “parecem cheios de contradições”. “Harry e Meghan entram e saem de aeroportos desesperados para não serem notados. E não é de admirar, pois pode-se ou pregar sobre alterações climáticas ou voar em jatos particulares.”, continua o artigo, afirmando que não é possível fazer-se as duas coisas, “não importa quantas florestas tropicais Sir Elton John promete plantar com as próprias mãos”, pode ler-se ainda, numa alusão a uma viagem recente que os duques de Sussex fizeram no avião privado do artista.
A visão oposta surge num artigo do New Statesman – conhecida revista liberal e progressista -, publicado no passado mês de fevereiro com o título “O silêncio imposto sobre Meghan Markle”. Neste artigo a duquesa de Sussex é vista como “um presente para a família real”. O seu compromisso com as causas públicas compensa “a decisão de Catherine cuja única projeção pública consiste em deixar-se ver a fazer compras em Waitrose. Meghan pode tecer grandes redes de encantamento, e apenas um tonto diria que a ideia de existir uma duquesa de raça mista não é reconfortante para algumas pessoas. A ideia de monarquia progressiva pode ser absurda, mas a monarquia representativa não é”, refere o artigo, que ataca ainda grande parte da imprensa britânica relembrando a memória de Diana. “Quando era criança, Harry viu a sua mãe ser insultada por fotógrafos. Eles queriam apenas uma imagem em particular: Diana a chorar”, afirma o mesmo artigo.
Recorde o lançamento da linha de roupa solidária promovido por Meghan.