O cargo de soberana de um país não é facilmente conciliável com as exigências de uma família razoavelmente numerosa. Isabel II soube-o muito antes de subir ao trono, pois a longa doença do seu pai fez com que tivesse que o substituir quase em permanência nos últimos anos de vida. A sua agenda oficial, sobrecarregadíssima de deslocações dentro das fronteiras de Inglaterra e de visitas de Estado ao estrangeiro, deixou-lhe pouco tempo para dar banho aos filhos, ler-lhes histórias ou aconchegá-los na cama antes de dormirem. Talvez por isso, ganhou fama de mãe distante e fria. Pelo menos assim a descreveu, quando era mais jovem, num desabafo entre amigos íntimos que rapidamente se tornou público, o seu filho mais velho, o príncipe Carlos.
A essa alegada frieza seria, aliás, atribuída muita da responsabilidade pelo estado calamitoso a que chegou a vida pessoal dos seus três filhos mais velhos no início dos anos 90: com intervalo de poucos meses, Ana divorciou-se de Mark Phillips, André separou-se de Sarah Ferguson e Carlos de Diana Spencer. O que levaria, aliás, Isabel II, num discurso a propósito dos seus 40 anos de reinado, a referir-se ao ano de 1992 como o seu “annus horribilis”.
Nada do que aconteceu com os filhos da rainha era propriamente uma novidade. Só que enquanto os seus antepassados conseguiam abafar os escândalos dentro das paredes palacianas, eles, com os tempos mediáticos que vivemos, não o conseguiram de todo. Pior ainda, até deram entrevistas a confessar publicamente os seus pecadilhos.
Esses tempos de grande instabilidade parecem há muito ultrapassados – paradoxalmente, em parte devido à morte de Diana, que permitiu o casamento de Carlos com Camilla Parker Bowles – e Isabel II, refeita das vergonhas que a sua irrequieta prole a fez passar, mostra-se hoje bem mais feliz na pele de matriarca de um clã que lhe deu oito netos e até duas bisnetas. Resta-lhe agora esperar que William e Kate assegurem depressa a sucessão.
Isabel II: Mãe trabalhadora
Os filhos mais velhos, Carlos e Ana, nasceram antes da sua subida ao trono, mas enquanto princesa herdeira Isabel já tinha pouco tempo livre para se dedicar a eles. Isso não a impediu de aumentar a família, com o nascimento de André e Eduardo. Hoje, a rainha é a matriarca de um numeroso clã.
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