Assim, nesta passerelle a marca resgatou as células genéticas que a acompanham desde o início (SPLICE: o processo de criação do ADN) e acrescentou-lhes uma dose extra de experiência, humor e um grande ‘que se lixe’ que só chega com a maturidade.
Buzina em 2023 é sinónimo de barulho através de cores estridentes, como os tons néon que formam espinhas dorsais nas costas das modelos. É ‘desvirtuar’ tecidos nobres como o mikado, trazendo para peças de caracter mundano. É continuar a criar através do material que Vera não entendia porque só servia para os forros internos, o tafetá. É transformar o conceito de mini saia numa peça de vestuário tufada e volumosa, lembrando as peças de Whim.
É voltar a usar o padrão de girafas criado para a coleção Breath, pelo apreço à simbologia do animal, mas reinterpretá-lo num modo caótico, com cores que as retiram do seu anterior habitat pacifico. É prestar homenagem ao bestseller, o vestido Clarisse, mas com um twist no comprimento; é calçar as modelos com as socas do folclore tradicional português que já haviam vincado pé na coleção Cloud.
É encher peças clássicas – como a camisa da coleção Untie – com laços desconstruídos, é construir através de camadas e camadas que permitem a quem veste a marca criar o seu próprio styling e explorar a identidade. Nos cabelos o piscar de olho ao lado engraçado, com o hairstyling de franjas criado a partir do próprio penteado da criadora como inspiração.