Encontrar o biquíni perfeito não é tarefa fácil, e com a chegada dos dias de calor, afundámo-nos nas lojas online em busca das peças que nos façam sentir bem e confiantes. A Kalimera Collection é a mais recente proposta sustentável e 100% portuguesa de estilo vintage e minimalista que transmite intemporalidade graças aos cortes clássicos que acentuam as silhuetas e permitem um bronzeado perfeito.
Sara Arrais tem 28 anos, vive em Paris, onde exerce Medicina Dentária, e, recentemente, aventurou-se no mundo da moda, com o lançamento da Kalimera Collection. Em entrevista à CARAS, Sara fala-nos do seu percurso profissional.
Moda, fotografia, viagens e medicina ocupam todas um lugar especial na sua vida. Como é que se consegue ‘chegar a todo o lado’? Qual é o truque?
Eu também não sei qual é a receita. O “truque” é, essencialmente, gostarmos daquilo que fazemos. A partir do momento em que gostamos, até pode haver muito trabalho a acontecer ao mesmo tempo, estarmos mais cansados, mas se gostarmos daquilo que estamos a fazer, vai fluindo. Para além disso, é rodearmo-nos de pessoas que nos possam ajudar. No fundo a minha família ajuda-me bastante, e depois fui encontrando profissionais de cada área que me foram ajudando e, portanto, com quem eu posso contar, porque a verdade é que eu não tenho qualquer tipo de formação na área da moda, nem do marketing, nem de gestão… E está a ser uma experiência muito boa, porque acabo por aprender todos os dias. Portanto, assim muito resumidamente, é rodearmo-nos das pessoas que nos podem ajudar e gostarmos daquilo que estamos a fazer.
Com 28 anos já realizou muitos projetos. Qual considera ter sido a sua maior conquista até ao momento?
Eu não sou muito uma pessoa de festejar as pequenas vitórias ou pequenas conquistas. Eu acho que aquilo que me faz realmente sentir bem é sentir-me realizada, é sentir que aquilo que vou fazendo tem sentido, toca as pessoas… No fundo, são essas conquistas que me vão dando prazer. A realidade é que no momento nem vou dando bem conta daquilo que vou conquistando e depois, olhando para trás é que me apercebo e dou mais valor. . Agora se tiver de mencionar uma conquista, acho que aquela que mais me tocou, foi ter-me formado, ter um curso superior, porque sei que os meus pais sempre se preocuparam em me dar, a mim e ao meu irmão, a melhor educação possível, então é sempre bom saber que deixei os meus pais orgulhosos. De resto fui fazendo, foi acontecendo naturalmente.
Mas é importante sublinhar que nada daquilo que eu faço é extraordinário. Se a pessoa trabalhar, e tiver objetivos e mantiver o foco, consegue alcançar qualquer coisa.
Como surgiu a ideia de uma linha de swimwear? E quais foram as principais inspirações durante o processo criativo?
Eu tenho um blog de viagens, o Kalimera Concept, onde escrevia acerca dos sítios onde ia, partilhava fotografias, dava dicas, e na altura senti a necessidade de fazer algo mais. Como eu adoro moda de praia, adoro praia e muitas vezes tinha dificuldade em encontrar biquínis que gostasse, decidi criar a minha própria marca. Muitas vezes optava por comprar em marcas estrangeiras, porque sentia que havia algumas lacunas no mercado de swimwear português a nível de tamanhos. E eu queria realmente criar uma coisa minha, porque toda a minha formação, em saúde, medicina, é tudo muito factual é muito objetiva, e que fui perdendo um pouco essa veia criativa que tinha em miúda. O blog trouxe-me isso de volta, tornou-se um escape onde eu poderia ser mais criativa e dai surgiu a vontade de criar a marca de swimwear. Depois também cresci em Aveiro, toda a minha vida foi passada à beira-mar e, portanto, fatos de banho e biquínis são elementos essenciais na minha vida.
De onde surgiu o nome Kalimera?
O nome Kalimera Collection tem origem no nome do blog Kalimera Concept. O nome Kalimera Collection tem origem no nome do blog Kalimera Concept. Kalimera significa “Bom dia” em grego, mas também transmite boa disposição, boa vibe e positivismo e era um bocado isso que eu queria transmitir, tanto para quem acompanhava o blog como agora para quem acompanha a marca.
De que forma é que as suas origens e todos os lugares, pessoas e culturas que descobriu enquanto viajava por destinos distantes estão inseridos nesta coleção e ajudaram nesse mesmo processo criativo?
O facto de viajarmos e interagirmos com pessoas novas e culturas novas acaba por nos transformar. Eu fico genuinamente feliz quando alguém que já me conhece diz que a coleção transparece quem sou. A marca é muito baseada naquilo que gosto de fazer, no blog, em mim, portanto é normal que eu, sendo fruto daquilo que fui vivendo, isso se reflita na coleção.
Pretende alargar a coleção para além do swimwear? E há expetativas de internacionalização da marca?
Sim, já estamos a preparar a coleção do próximo ano. Estamos a preparar esta coleção porque temos noção das dificuldades que passamos o ano passado, e que ainda estamos a ter. Não queríamos correr riscos, nem ter atrasos por isso começamos já a preparar esta coleção que sim, queremos que seja uma extensão, que seja mais que produtos de fato de banho.
Em relação à internacionalização, estando no online chegamos a qualquer parte do mundo. Nós realmente queremos chegar a mais pessoas, mas neste momento queremos focar-nos no mercado português, mas claro que a nossa ideia também é conseguir ir para outros mercados.
Apesar de residir em França, optou por a lançar a coleção em Portuga. Sente que isso pode ter sido uma dificuldade acrescida?
A verdade é que, do ponto de deslocações, talvez fosse mais fácil em França, mas eu queria realmente que a marca fosse feita em Portugal. Tudo é feito em Portugal, e isto era um pilar que queria mesmo para a marca. Sei que tenho muito bons profissionais com quem posso contar, e isso facilitou. E eu sinto que fiz a escolha certa.
Hoje em dia, a moda é muito sobre diversidade e autenticidade. Isso foram valores implementados na Kalimera?
Sim. Quando prometemos diversidade é no sentido que prometemos dar respostas a algumas necessidades das mulheres que vestem Kaliemera. Nós tentamos criar modelos que conseguíssemos adaptar a toda as pessoas, dando a possibilidade de escolher tamanhos diferentes e fazer combinações diferentes. Relativamente à autenticidade, tudo foi feito de raiz, contou com a intervenção de várias pessoas, incluindo da minha mãe, que desenhou os padrões das flores da Breeze Collection, portanto sim, acho que é tudo autêntico.
Numa altura em que as tendências no mundo dos swimwear é muitos detalhes, padrões várias tiras, porquê uma coleção mais minimalista, de cortes mais retro e simples?
É algo com que me identifico. Sempre adorei os fatos de banho da minha avó e da minha mãe, daí talvez o estilo mais retro, porque é algo que gosto muito e são estilos que nós ainda hoje conseguimos usar e que têm muito boa vibe. Além disso, acho que também nos distinguimos pela qualidade, damos muita atenção aos acabamentos. A ideia também era não ter muitos folhos nem muitas fitas que permitissem o bronzear e que as mulheres se sentissem seguras e confiantes. Para além disso, acho que a simplicidade é muito importante e acho que os nossos cortes tentam realçar as curvas femininas.
A sustentabilidade também faz parte da marca. Esta foi desde início uma preocupação sua?
Sim. Quando comecei a perceber que criar explorar o mundo da moda e do swimwear era uma coisa que gostava de explorar, comecei a pesquisar sobre o assunto e, percebi que a indústria têxtil é das mais poluentes e não queria contribuir para isso. Obviamente que temos consciência que é impossível ser-se 100% sustentável, mas damos o melhor para tal, e foi por isso que tentei procurar outras alternativas e descobri o econyl – um material criado a partir de fibras recicladas e outros desperdícios do mar -, para procuramos oferecer qualidade, intemporalidade, o que, consequentemente, faz com os biquínis durem mais tempo e assim, ao mesmo tempo, sejamos mais responsáveis.
Optámos por produzir de forma ética, em Portugal, com os melhores materiais eco-responsáveis e estabelecemos parcerias com fornecedores locais que compartilham os mesmos valores que nós. O nosso packaging é plastic-free, fizemos questão de usar papéis com certificação ambiental, e as caixas são o mais pequenas possível, para haver o mínimo desperdício.
Se tivesse de escolher a(s) sua(s) peças preferidas desta coleção, quais seriam?
Eu gosto muito do Scopello, é o meu modelo preferido. De padrões gosto muito do Blue Daisy. O engraçado, e que não estava à espera, o Scopello em Terracota é o modelo mais vendido, inclusive, este modelo esgotou em menos de 24 horas.
Para além das aventuras pelo mundo, esta aventura pelo mundo da moda foi um caminho de muitos obstáculos?
Sim… Ainda está a ser e acho que vai ser sempre. Primeiro porque estou longe, e o contacto é importante. Para além disso, tenho o meu trabalho, eu exerço medicina dentária, trabalho a semana toda, então por vezes pode ser difícil conciliar tudo e porque ainda é um mundo que não conheço e estou a descobrir.
Para todas as mulheres que não se sentem confortáveis na hora de escolher um biquíni, que conselho lhes dá?
Eu acho que o mais importante é mesmo gostarmos de nós mesmas primeiro. Encarar a nossa personalidade, aceitar os nossos defeitos e sentirmo-nos confortáveis. A partir do momento em que vestimos um biquíni em que nos sentimos bem, instantaneamente sentimo-nos mais confiantes e com boa energia.
Se pudesse escolher qualquer mulher para ser imagem ou embaixadora da Kalimera, quem escolheria e porquê?
Anita da Costa! E ela usou Kalimera e gostou muito. Desde o início que era aquela pessoa que eu sentia que transmitia bem a marca, representava a marca. A mulher que veste Kalimera é uma mulher moderna, sofisticada, que gosta de se vestir bem e se sentir bem na praia e que, acima de tudo, privilegia a qualidade e a Anita da Costa representa essa persona.
Reunimos alguns dos nossos modelos favoritos numa galeria. Confira toda a coleção aqui.