A estilista norte-americana Tory Burch tinha à venda no site da sua marca uma camisola idêntica às camisolas poveiras. A peça tinha um custo de 695 euros e a estilista dizia ser de design próprio, com inspiração mexicana, sem fazer qualquer referência a Portugal ou à Póvoa do Varzim.
Na última semana, a polémica chegou às redes sociais e Tory Burch pediu desculpa, através de um comunicado publicado na sua conta no Twitter. “Pedimos sinceras desculpas aos portugueses – foi levado ao nosso conhecimento que atribuímos erroneamente uma camisola da nossa coleção Primavera 2021 como inspirada em Baja – México. Foi um erro não termos feito referência às bonitas e tradicionais camisolas de pescador tão representativas da cidade de Póvoa de Varzim”, escreveu a estilista, incentivando ainda os seus seguidores a visitarem o site da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.
No entanto, o Estado, através do Ministério da Cultura, anunciou na passada sexta-feira que tem a intenção de acionar os meios judiciais, de forma a combater aquilo que considera um ato de “apropriação abusiva”.
“A ministra da Cultura, Graça Fonseca, tomou a iniciativa de solicitar a identificação das vias judiciais e extrajudiciais ao dispor do Estado português para defender a camisola poveira enquanto património cultural português”, refere o Ministério, em comunicado, que pretende ainda que, apesar de já ter reconhecido o erro, a estilista “não se demita das suas responsabilidades” e compense a comunidade poveira.