Em 1969, quando distribuía roupas
hippie e apenas desenhava as que vestia, ninguém diria que um dia
Tommy Hilfiger, de 59 anos, se tornaria um criador com uma marca espalhada por todo o mundo. O estilista americano esteve em Lisboa e a CARAS acompanhou-o num passeio de elétrico que fez pela cidade, com a mulher,
Dee Ocleppo, com quem se casou no final de 2008. O filho mais novo de Tommy, e o único desta relação,
Sebastian Thomas Hilfiger, de um ano e três meses, viajou com o casal, mas neste dia ficou no hotel com a avó. Do seu primeiro casamento, com
Susie Hilfiger, Tommy tem mais quatro filhos,
Alexandria,
Richard,
Elizabeth e
Kathleen, e Dee tem dois rapazes da sua união com o ex-tenista italiano
Gianni Ocleppo.
No ano em que celebra os 25 anos da marca, Tommy garante que continua a ter sempre muito que fazer. Ambicioso?
"Não, perfeccionista."
– Com que impressão fica de Lisboa depois deste passeio de elétrico?
Tommy Hilfiger – Adorei. Foi a primeira vez que estive em Portugal e Lisboa é uma cidade linda, adoro, sobretudo a parte antiga. As lojas, as pessoas parecem mais relaxadas, tranquilas. Esta viagem de elétrico foi maravilhosa, recordo-me sobretudo de um dos miradouros onde encontrámos um senhor a tocar guitarra, com aquela vista sobre o rio, muito bom!
– Começou por desenhar roupas para si e acabou por criar uma marca de renome internacional. Deve sentir um grande orgulho…
– Sinto, mas penso sempre numa forma de fazer ainda melhor. Comecei a desenhar roupas para mim próprio e nunca pensei que teria uma marca global! Quando muito, pensei que poderia ter uma marca de roupa para homens na América. Entretanto, começámos a expandir-nos por todo o mundo e aqui estamos, hoje em Portugal, amanhã em Paris, a semana passada em Copenhaga, e vamos viajando e expandindo cada vez mais. É uma marca americana clássica, mas descontraída, muito bem aceite por todo o mundo, e isso faz-me sentir bem.
–
‘Classic American Cool Brand’ é como define a sua roupa…
– Certinha, mas com um toque de irreverência. Divertida, alegre, positiva, colorida, de grande qualidade e a excelente preço. E que pode ser usada por todos, homens, mulheres, crianças. Umas vezes temos um estilo mais desportivo, outras mais náutico, outras parece que estamos a sair de um campo de golfe, outras que saímos da praia, e outras ainda parece que estamos na montanha. Mudamos o tema ao longo do tempo e consoante a ocasião. Estamos muito contentes com a forma como se desenvolveu a marca, porque já ganhámos um estatuto.
– Hoje, contudo, é uma marca mais seletiva, para um grupo mais restrito de pessoas…
– Algumas são mais seletivas, porque queremos fazer roupas com melhor qualidade. Não quero ter preços baixos para que usem um dia e deitem fora no dia seguinte. Por isso, nós não somos seletivos nas pessoas, mas as pessoas são seletivas connosco. Somos uma marca
premium, os preços são um pouco mais altos que os das marcas para grandes massas, mas não tão altos como os das marcas de luxo.
– Foi difícil o percurso?
– Sim. Não existem segredos, nem magias, apenas muito trabalho. Foi duro.
– E ainda é? Ou neste momento a ‘máquina’ já funciona por si própria?
– Ainda. Sempre, aliás. Eu sou um perfeccionista, e esse é o problema. Olho para cada pormenor, cada detalhe. Tenho olho para a perfeição.
– Não sei se teve oportunidade de observar, mas que acha da forma de vestir dos portugueses?
– É igual em Portugal, como em Paris, Londres, Nova Iorque ou Japão. Não existem diferenças. E agora, com a internet, toda a gente vê tudo e segue a tendência.
– Vai ter uma jovem portuguesa a estagiar consigo por três meses. Impressionou-o o trabalho dela?
– Fiquei muito impressionado com os trabalhos desse concurso que se realizou em Portugal. Esta rapariga destacou-se de todos, porque as suas roupas eram excecionais e acredito que ela percebeu muito bem o futuro.
– Viajou para Lisboa com a sua mulher. Acredita que esta é uma cidade romântica?
– Muito romântica.
– A sua mulher acompanha-o sempre nas viagens?
– Sim. Vai comigo para todo o lado. Não gosto nem quero fazer tudo sozinho. Esteja onde estiver, sinto que estou em casa sempre que tenho a família por perto.
– Mesmo o seu filho bebé?
– Sim. Ele é fantástico e adora viajar.
– Como é ser pai de novo nesta altura da sua vida?
– É muito engraçado. Já me tinha esquecido como era e agora estou a viver tudo de novo!
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.