Confessa que foi uma menina muito pouco feminina, que gostava de brincar com rapazes e com carrinhos e que trepava às árvores da sua terra natal, Rosario, na Argentina. "
Vivia cheia de feridas nos joelhos. Enquanto as minhas amigas se disfarçavam com os vestidos das mães, eu estava noutra. Pode dizer-se que não procurei esta profissão, foi, sim, a profissão que veio ao meu encontro. Desde que comecei a trabalhar no mundo da moda descobri a parte feminina que há em mim, aprendi a desfrutar de um bom vestido, a arranjar-me e a pôr-me bonita", assegura
Valeria Mazza, de 38 anos.
A
top model internacional e empresária dedica-se atualmente ao seu trabalho de apresentadora de um programa de televisão, o primeiro da América Latina dedicado a descobrir talentos no estilismo.
"É um programa que se vê desde o México à Argentina. Não é um reality show
convencional, no sentido que não inclui a parte da convivência dentro de um quarto, mas antes os relacionamentos dos participantes", explica Valeria.
A modelo pensa que o glamour pode obter-se com trabalho, mas a elegância e a classe são qualidades com as quais se nasce, ou não.
"Parece-me pouco elegante alguém usar qualquer coisa que não tem nada que ver com o seu corpo nem com a sua personalidade. Quando vemos primeiro a mulher e depois o que usa, então é porque está bem. Ao contrário, se o que nos chama a atenção primeiro é o vestido ou as botas, é porque está mal vestida. Por isso, o melhor piropo que nos podem dizer é ‘estás tão linda!’ e não ‘estás tão bem vestida!’", afirma, com a segurança de quem encarna essa sabedoria.
"O que nunca deve faltar no nosso guarda-roupa é um vestido preto, porque pode acompanhar-nos de dia e de noite, dependendo da forma como o combinamos. Os básicos são uma camisa branca, uns jeans
, um fato de calças e casaco ou camisa e um bom par de botas", aconselha. E continua:
"A elegância não tem nada que ver com a idade. Há que aprender a conviver com o passar do tempo. Querer aparentar ter sempre 20 ou 30 anos é impossível. Devemos aceitar a idade o mais dignamente possível. Para além de sabermos como vestir-nos, o mais importante é cuidarmos do interior para que, quando nos olhamos ao espelho, não vejamos só o que nos devolve a imagem, mas também os aspectos mais profundos, que são os que nos vão acompanhar até à morte", frisa a
top model, que também está dedicada ao lançamento das suas linhas de óculos de sol e de roupa.
Mãe de quatro filhos,
Balthazar, de 11 anos,
Tiziano, de oito,
Benicio, de cinco, e
Taína, de dois, fruto do seu casamento com
Alejandro Gravier, de 46 anos, Valeria Mazza confessa que a maternidade lhe deu equilíbrio.
"Ser mãe humanizou-me, deu sentido à minha vida. Foi algo que procurei. Não fui mãe porque sim ou porque encontrei alguém e fiquei grávida. Foram oito anos de noivado com o Alejandro, estamos casados há 12, temos quatro filhos… E isso sonhámo-lo juntos."
– Acredita que a maternidade mata a sensualidade?
– Nãaaooo! Nem mata a sensualidade nem mata nada! O corpo fica com algumas marcas depois das gravidezes, mas no meu caso convivo bem com isso. Nas minhas gravidezes cheguei a engordar 20 quilos, e depois tive de fazer sacrifícios e muita ginástica para perder peso e voltar a estar bem. Mas o mais importante é que o objetivo seja alcançável. O meu objetivo não é estar com o corpo que tinha aos 20 anos, porque não só nunca o vou conseguir como me sentiria mal.
– Quando é que se sente mais
sexy?
– Nos momentos em que acredito em mim. E isso relaciona-se também com o facto de estarmos bem connosco próprios. Claro que a forma como a pessoa que está ao nosso lado nos vê também nos influencia. Quando nos arranjamos bem e ainda por cima estamos em harmonia com o que nos rodeia, então sentimo-nos
sexy.
– Tem algum segredo para manter a paixão no casamento?– Quando conheci o Alejandro eu tinha 18 anos. Já passaram 20! Imaginem! Tivemos a sorte de nos encontrarmos, elegermo-nos e conseguirmos que a nossa relação funcione. Divertimo-nos muito os dois e voltaríamos a eleger-nos. Há muito amor, mas também muita vontade de que a relação prospere. Crescemos juntos e cada um de nós, por sua vez, tem crescido individualmente.
– Acha que as modelos se tornaram vedetas?
– O título de modelo fez-se para abarcar muito mais. Hoje, quando uma rapariga bonita faz uma sessão fotográfica ou um desfile, acha logo que é modelo. Aposto no que sou e mantive-me sempre na mesma linha. Para mim, o importante é ver-me ao espelho e não ter vergonha. E olhar nos olhos dos meus filhos e sentir-me digna.
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*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.