É com as lágrimas a escorrer cara abaixo e a voz embargada que Georgina Rodríguez aborda um dos assuntos mais sensíveis da sua vida. “Nunca mais vou ser a mesma”, assume a namorada de Cristiano Ronaldo na nova temporada do reality show Eu, Georgina, no qual revela ter sofrido três abortos espontâneos antes do nascimento dos gémeos Bella Esmeralda e Ángel [que morreu durante o parto]. “Tinha pesadelos à noite porque me preocupava em que posição eles poderiam estar, como seria o parto, se seria cesariana. Tinha muito medo de todas as ecografias, ficava tensa, porque tinha tido três abortos espontâneos antes e chegava a casa destroçada”, diz a influencer, lembrando os dias que antecediam as consultas de ginecologia.
“Como ainda tinha barriga, disse-lhes que o Ángel tinha decidido não nascer. Foi o Cris que lhes disse que o irmão estava no céu.”
Nesta segunda temporada do programa centrado no seu dia a dia, Georgina fala abertamente das suas dores e angústias e de como foi lidando com tudo o que passou no último ano da sua vida, mostrando-se, dessa forma, solidária com mulheres que estejam a passar por situações semelhantes. “Cada vez que olho para a Bella pergunto-me: ‘Será que ele [Ángel] seria assim?’ A verdade é que ainda não estou preparada para aceitar”, afirma Georgina, que logo a seguir ao parto dos gémeos não conseguiu explicar tudo aos filhos mais velhos, Cristiano, de 12 anos, os gémeos Mateo e Eva, de cinco, e Alana, também de cinco. “Chega o momento mais esperado e o teu coração pára. A Bella Esmeralda nasceu forte e saudável, mas um pedaço do meu coração voou. Perguntamo-nos como seguir em frente. Eu não estava preparada para aceitar ou reconhecer o que tinha acontecido e não estava pronta para contar aos meus filhos. Por isso, como ainda tinha uma barriga visível, disse-lhes que o Angel tinha decidido não nascer. Foi o Cris que lhes contou que o Ángel estava no céu”, recordou, emocionada.
Nos dias que se seguiram, a modelo argentina reconhece ter ficado entorpecida: “Fazia as coisas por inércia. Tínhamos de registar a Bella e nem sabia que nome dar-lhe. Era incapaz de sair de casa e estive uma semana sem levar as crianças à escola, porque tinha medo. Não queria que as outras mães me vissem, olhassem para mim… Não queria aceitar a perda nem o consolo dos outros.” Um ano depois, a influencer diz que a perda do filho trouxe escuridão mas também muita luz, tendo passado a valorizar ainda mais a família. “O Ángel trouxe à minha vida muita tristeza, mas muito amor também. Veio dar-nos uma lição de vida e está connosco. É duro, mas a vida continua. Tenho motivos para ser forte”, diz Georgina, lembrando que a filha Bella lhe trouxe paz. “Conseguiu preencher esse vazio. Foi a calma de que necessitava naquele momento. Se ela soubesse o quanto me deu sem saber… Quando crescer e lhe contarmos, ficará orgulhosa do que conseguiu. É muito tranquila, não chora… é luz, é maravilhosa”, conclui.