
Cucha Carvalheiro garante que sempre foi, e continua a ser, muito mimada pela família. A atriz, de 74 anos, é a quarta de cinco filhos de um casal que se conheceu em Angola, ele português, natural de Viseu, ela moçambicana. “O meu pai teve três filhos com uma senhora africana antes de se casar com a minha mãe: dois deles nunca cheguei a conhecer e uma ainda é viva, tem 96 anos, e foi uma espécie de segunda mãe para mim. Da minha mãe teve o José [Fonseca e Costa] e a Ana Maria – que já morreram –, o António, eu e o Manuel. Eu tive sorte, porque toda a gente me dava muito mimo”, recorda Cucha, que atribui essa onda de mimo familiar ao facto de ter começado tarde, já na casa dos 30, no teatro profissional. Antes disso tentou encontrar respostas às suas dúvidas teológicas no curso de Filosofia e conquistar a sua independência financeira a dar aulas. O teatro, contudo, acabou por falar mais alto, e hoje é reconhecidamente uma das melhores atrizes do nosso país.
Em contagem decrescente para a estreia da peça Fonte da Raiva, cujo texto e direção de atores são da sua autoria, Cucha partilhou generosamente a sua história de vida com a CARAS no palco do São Luiz, teatro onde se estreou profissionalmente há 44 anos.
Produção: Patrícia Pinto
Maquilhagem: Inês Matos
Uma entrevista para ler na íntegra na edição 1433 da revista Caras, também disponível em edição digital.