A propósito da nova imagem da Tous, a marca convidou alguns rostos conhecidos para um jantar nas Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa. Sónia Balacó foi uma das convidadas e por isso mesmo o aperitivo da nossa conversa foi a relação especial que a atriz tem com as joias, no sentido em que são um “símbolo de um momento bonito, como um presente que tem um caráter perpétuo e emocional”. Mas o prato principal acabou por ser o projeto profissional que Sónia tem em mãos, já que se estreou como coautora e correalizadora de uma série para a RTP, Prisma, que está em fase de pós-produção e deverá estrear em 2023. “Há muito tempo que o queria fazer. É um grande sonho que se está a concretizar e estou muito orgulhosa.” Um caminho que começou a trilhar quando, há três anos, venceu, com Zé Bernardino, um concurso no RTP Lab, laboratório criativo e experimental que dá a oportunidade a novas vozes para, neste caso, fazerem objetos audiovisuais.
Para a atriz, que conta já com mais de 20 anos de carreira no mundo da representação, o mais importante desta oportunidade é também abrir caminho para que haja mais mulheres a realizar: “No audiovisual, em Portugal, falta muito vermos histórias sob o olhar feminino, contadas pelo ponto de vista das mulheres. Contam-se pelos dedos a quantidade de realizadoras que estão a fazê-lo no nosso país. Não acho que haja problema nenhum em termos acesso às histórias contadas pelo ponto de vista dos homens, mas o olhar feminino é diferente e também tem o direito a existir, mas estamos muito longe da paridade. É preciso nós, mulheres que temos vontade de contar histórias com imagens em movimento, darmos esse passo, sem medo. Temos de ser nós a reclamar esse espaço.” Haverá ainda um longo caminho a percorrer nesse sentido, mas, como a atriz sublinhou: “A maioria das pessoas num set atrás das câmaras são homens, e não é porque não haja mulheres a quererem ocupar esse espaço e a terem essa capacidade, é só porque é menos comum. Por isso, quero também criar situações em que posso dar espaço a equipas com mais pendor feminino, acho que é muito importante criarmos espaços para isso poder acontecer. Há mulheres incríveis, mas a quem não lhes é dado mais espaço.”