Morreu Rogério Samora.
O ator de 63 anos sofreu uma paragem cardiorrespiratória na manhã de 20 de julho, durante as gravações da novela “Amor Amor”. Esta terça-feira, dia 14, foi noticiado que Rogério Samora tinha sido transferido da unidade de cuidados continuados onde estava internado, em Mafra, para o Hospital Amadora-Sintra para ficar em observação. Sabe-se que estava muito debilitado, não tendo resistido mais.
Vida dedicada à arte
Rogério Samora nasceu a 28 de outubro de 1959. Foi batizado José Rogério dos Anjos Filipe da Conceição Samora, mas escolheu ser tratado pelo segundo nome. Formou-se em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema e estreou-se em palco em 1981 com a peça A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini, de René Kalisky, na Casa da Comédia, com direção de Filipe La Féria.
Em 1982 estreou-se na televisão com “Vila Faia”, na RTP, no papel de um jornalista. Seguiu-se uma carreira dedicada à representação. Rogério Samora fez teatro, televisão e cinema. Em 2006 venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator pelo papel desempenhado no filme “98 Octanas”, de Fernando Lopes.
Sem vedetismo e sem um grande amor
Considerado por muitos um dos melhores atores da sua geração, Rogério Samora sempre se disse apaixonado pela profissão tal como sempre repudiou a fama: “Gosto muito de ser ator, mas não gosto de aparecer, não gosto de ser fotografado, não gosto de ir a galas, de dar entrevistas, de receber prémios. Se me pudessem deixar ser só ator, eu agradecia. E peço ao público que me desculpe”, disse em entrevista à CARAS em 2015.
Na mesma conversa, Rogério Samora afirmou não sentir necessidade de partilhar a vida com alguém. “O que vou dizer é péssimo para mim, mas é bom que as pessoas não se cheguem ao pé de mim. Quando começo um grande amor, como tenho a mania que eu é que mando na minha vida, já estou quase a decidir quando é que vai acabar, usufruindo, aproveitando e saboreando tudo aquilo que o amor tem”, disse, acrescentando: “Quero divertir-me… não quero ser só de uma pessoa, de um grande amor, quero ser de todos os amores possíveis. É melhor não cair na infidelidade do que ter um grande amor”.
Luta pela cultura
Homem devoto da arte, Rogério Samora levantou a voz em prol da cultura nacional No final de 2015, disse em entrevista à CARAS: “Está tudo pelas ruas da amargura, o país está com a cultura completamente desfeita e não há preocupação nenhuma a esse nível. Um país sem cultura é um país muito pobre”. Um alerta feito ano após ano pela valorização do setor ao qual se dedicou até ao dia em que fechou os olhos derradeiramente.