Dolores Aveiro usou as redes sociais para fazer uma partilha muito pessoal. A matriarca do clã Aveiro recoda que foi há um ano que apanhou um grande susto, que a levou a ficar internada no hospital e a lutar pela vida.
Tudo aconteceu na madrugada de 3 de março de 2020. Dolores sofreu um AVC isquémico e foi internada no Hospital Dr. Nélio Mendonça. Dias mais tarde, é transferida para o Hospital Particular da Madeira.
Agora, nas redes sociais, partilha uma fotografia captada na fase da recuperação, na qual um profissional de saúde a ajuda a voltar a andar, e fala abertamente sobre esses dias de luta.
“Faz hoje um ano que vi a minha vida quase a fugir-me entre os dedos e, afortunadamente, eu consegui agarrar-me a uma luz. Luz essa que me puxava para cima, uma luz que teimosamente insistia que aquele era só mais um obstáculo a ser ultrapassado e mais uma história de superação para contar da minha vida. Mais uma entre tantas …”, começa por escrever a mãe de Cristiano Ronaldo.
De seguida, Dolores explica que o sucedido foi algo muito doloroso de ser ultrapassado: “Nunca falei abertamente sobre o que aconteceu. Na verdade só porque recuperei a quase 100%. As pessoas acham que nada aconteceu ou que foi pequeno o susto que eu dei aos meus filhos e a quem me ama de verdade. Nunca fui de me vitimar, falo nas minhas histórias de superação com orgulho e não para que sintam pena de mim,. Sei que há milhões de histórias iguais ou piores que a minhas, mas cada um sabe da sua dor, não é verdade?“
O internamento
Dolores faz um relato dos dias de hospitalização: “Fiquei na cama de um hospital ligada a dezenas de fios e entubada. As horas seguintes ao AVC foram de tortura para os meus. Eles não sabiam como eu iria acordar, eles não sabiam como seriam os danos, eles estavam com medo de me perder para uma cama de hospital, inválida sem os reconhecer e com muitas limitações (típico do que me aconteceu)”.
“Nunca foi contado em público a gravidade da minha situação naquele momento. Os meus filhos viram preocupação na cara da equipa médica, eles ficaram sem chão muitas horas e dias, o que passou para fora foi só a superação. Foi assim que eu os criei, de se agarrarem aos poucos que a vida lhes estava a dar e falar nisso como uma coisa positiva. E eles agarraram-se ao meu respirar e à minha pulsação e ficaram na fé que eu ia acordar sem sequelas no cérebro e no corpo”.
A preocupação dos filhos
O relato continua. Para concluir, Dolores menciona a preocupação dos filhos, que estiveram sempre ao seu lado.
“Acordei algumas horas depois, sem saber o que me aconteceu muito bem. Olhei em frente e vi os meus filhos em volta da minha cama. Eu rodeada de máquinas e sem conseguir me mexer, só me lembro de ver as lágrimas do meu neto (aqueles olhinhos vivos olhavam-me com tanto amor) e aí eu gritei, gritei de confusão na minha cabeça. Gritei, chorei muito (foi forte a emoção naquele momento,não teve ninguém naquele lugar que não se emocionou). Naquele momento pensei que estava quase no fim. Horas antes eu tinha ido para a minha cama, dois dos meus filhos moram fora da minha terra, dois deles perto de mim e quando abri os olhos eles os 4 estavam diante de mim,aos meus pés,”
O relato emocionado de uma luta que aconteceu há meses, mas que ainda afeta muito a família Aveiro. Dolores celebra a recuperação, mas não esquece o que passou.