Morreu o tio de Daniel Oliveira. O apresentador e diretor de programas da SIC usou as redes sociais para partilhar que está a passar por uma fase mais delicada e para fazer uma homenagem ao tio Funa.
Além de partilhar uma fotografia captada nos seus tempos de infância, Daniel Oliveira escreve um texto repleto de memórias que tem ao lado desta pessoa que lhe foi tão importante ao longo da vida.
Leia o texto na íntegra aqui:
“A primeira vez que fui à SIC, foi ele que me levou. Dele, tive sempre amor, bom senso, leveza e alegria. Foi meu tio com um grau de afinidade tão alto que a Covid não conseguirá levar-nos isso.
Fomentou que o filho dele e eu fossemos como irmãos, que somos.
Era um melómano e gravava k7’s com The Clash, Guns, Gene Loves Jezebel, entre tantos outros, para eu ouvir.
Tinha uma cicatriz no braço, por ter pulado uma vedação, em miúdo, ainda na Guiné, episódio que contava como se fosse uma aventura de super herói.
Ensinou-me a jogar Prince of Persia, no único computador que, à data, existia na família.
Adorava futebol e o Estrela da Amadora, onde jogou. Vimos juntos na tv, em 1994, um jogo épico, Werder Bremen – Anderlecht (alemães transformaram um 0-3 em 5-3).
Vibrávamos juntos nas bancadas quando o Diogo começou a evidenciar talento.
Preferia ser ele a tirar as fotografias felizes da família. “Então, mas assim não estás na foto!” “Não estou, mas sou eu que vos vejo assim”.
Adorava a Volta a Portugal em bicicleta e pedia-me para que um dia o levasse comigo.
Numa noite em que eu, com 10 anos, precisava de ajuda, foi à minha procura, encontrou-me e protegeu-me como se fosse seu filho.
Um acidente há quase 18 anos mudou-lhe a vida. E a nossa, que passámos a encará-la de outra forma. Mas não mudou o que nele admiraremos sempre, a dignidade e o estoicismo.
Guardarei o seu olhar de quando lhe mostrei fotos do filho como profissional de futebol.
Foi o pai perfeito de uma das pessoas que mais amo, o Diogo, que é a sua grande obra e que, hoje mesmo, honrou a sua memória, jogando 75 minutos a titular, já sabendo que o fazia em nome do pai.
Obrigado, tio Funa!
Cuidem-se!”