Foi em fevereiro do ano passado que Isaura foi diagnosticada com cancro da mama. A ser acompanhada em oncologia, a música usou as redes sociais para fazer um relato sobre a situação a que assiste num hospital de Lisboa durante esta fase crítica da pandemia.
“Vir ao hospital é um duplo reality check para mim. Vivo os meus dias com uma vontade aguerrida de voltar à normalidade, à Isaura pré-diagnóstico, mesmo sabendo que essa Isaura já não existe. Transformei-me de tantas formas e tantas vezes que não conseguiria por em palavras aqui, no Instagram. Este é o primeiro reality check: o cancro da mama é um processo de uma vida inteira, literalmente. O segundo, e que achei importante partilhar convosco, é o ambiente de cansaço e desespero que se sente no Hospital Santa Maria. Entre consulta médica e tratamento houve tempo para falar com médicos e enfermeiros sobre o cansaço, o desespero e falta de noção da maioria das pessoas. Ao que parece estão a construir mais um barracão para acomodar os casos covid que atingiram hoje um número astronómico. Aqui na oncologia já houve enfermeiros recrutados para apoiar os serviços que colapsam. Hoje, nas próximas semanas, é mais importante do que nunca não facilitar, não abusar da sorte, não ter comportamentos que comprometam a segurança de todos”, começou por expor, num testemunho impressionante.
Para rematar, Isaura falou ainda das eleições presidenciais que vão decorrer este domingo, dia 24: “Queria também relembrar que as devidas precauções com material de proteção individual, higienização e distância social permitem a deslocação ao local de voto no domingo. Não é contraproducente querer a segurança de todos, não contribuir para que a pandemia escale e ainda assim ir votar. Tudo é importante e é possível, no meu ponto de vista. Ir votar para evitar fascismo, racismo, xenofobia, machismo e misoginia também é uma questão de sobrevivência. Vai correr tudo bem!, vamos continuar (mais) focados!”