
Frontal, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos assumiu, no segundo episódio de um podcast que pode ser ouvido no Spotify, que se sente mentalmente afetada pelo contexto da pandemia, pela tensão racial e pela atuação da Administração Trump.
Nesta conversa com a colunista do Washington Post Michele Norris, Michelle Obama revelou: “Sei que estou a lidar com alguma forma de depressão ligeira. Não apenas por causa da quarentena, mas por causa da luta racial e por ver este governo. Observar a hipocrisia, dia após dia, é desanimador.” Muito crítica da atuação de Donald Trump, a mulher do antigo Presidente Barack Obama tem sido vista como uma potencial candidata a uma carreira política. “Acordar para as notícias, acordar para a forma como esta Administração respondeu ou não, acordar para mais uma história de uma pessoa negra que de alguma forma foi desumanizada, ferida, ou morta, ou falsamente acusada, é exaustivo. Gerou um peso que eu não sentia na minha vida há algum tempo”, adianta Michelle Obama, de 56 anos, mostrando que ninguém está imune aos efeitos deste contexto particularmente opressivo e que ela própria, afirma, sofreu perturbações do sono.
Mãe de duas filhas adultas, Malia, de 22 anos, e Sasha, de 19, a ex-primeira-dama diz que tem colhido benefícios por se esforçar em manter rotinas, praticar exercício físico e usufruir do ar livre. Sobre essas rotinas, conta como tem sido o dia a dia familiar: “O Barack está no seu escritório, faz chamadas, trabalha no seu livro. Eu fico no quarto, as meninas estão nos computadores. Por volta das cinco horas, juntamo-nos todos e fazemos uma atividade em comum, como puzzles.”
Nesta fase de contagem decrescente para as eleições presidenciais nos EUA, que acontecem em novembro, muitos veem nesta sobre-exposição de Michelle Obama – depois do lançamento do livro Becoming – A Minha História, fez uma digressão, um documentário e agora estes podcasts – uma vontade de intervir na política ativa (o casal Obama deixou a Casa Branca em 2017, depois de dois mandatos).