
Liliana Campos dedicou a edição desta segunda-feira do programa ‘Passadeira Vermelha’ de forma diferente do habitual. A apresentadora fez questão de prestar homenagem a Pedro Lima, encontrado morto este sábado, dia 20, na Praia do Abano. Uma morte que chocou o país.
“O dia acordou mais triste, o Pedro Lima, partiu aos 49 anos e levou consigo uma mão cheia de sonhos por concretizar”, ouve-se no vídeo que abriu o programa, em que se veem imagens da homenagem dos amigos surfistas. “Até sempre meu capitão”.
“Seja bem-vindo à ‘Passadeira Vermelha’. Hoje é um dia triste para mim. O meu diretor disse-me que não precisava de estar aqui mas eu quis estar neste programa para falar com você que está aí do outro lado. Devo isto ao Pedro, à Anna e à família”, começou por dizer Liliana, amiga de Pedro Lima há muitos anos e madrinha do seu filho.
“Nos últimos dias muita coisa foi dita e escrita e queria que soubesse por mim que nem eu nem o Rodrigo recebemos mensagens do Pedro, receberam sim dois grandes amigos do Pedro que se aperceberam apenas naquela altura do que podia acontecer. A família e os amigos do Pedro tiveram sempre lá e é muito injusto os amigos e os filhos verem a família acusada. O Pedro não é culpado, os amigos não são culpados, muito menos a Anna e os meninos. Portanto, se não tiver nada para dizer, não escreva isso porque pode estar a causar uma dor enorme a quem está a ler do outro lado. Já basta o que basta, já basta toda esta tragédia, tudo isto que não há palavras para descrever”, disse com emoção.
A apresentadora fez ainda uma revelação muito grave, ao contar que os filhos do ator têm recebido, por parte de colegas de escolas, mensagens a dizer que “é bem feita terem perdido o pai”.
“Isto é terrível para uma criança que ainda não sabe o que é que a espera, é um trauma que vai carregar para o resto da vida, quanto mais mensagens destas. Está em casa, veja o que é que os seus filhos fazem. São crianças e pré-adolescentes já com muita maldade intrínseca. Aquelas crianças estão a sofrer horrores”, disse, chocada.
Por fim, falou de um pedido da mulher do ator, Anna Westerlund: “Queria dizer a pedido da Anna que não havia problemas financeiros”. E continuou: “O Pedro estava doente porque a depressão é uma doença que tem de ser encarada como tal”. Falando inclusive da sua experiência pessoal. Liliana contou que tinha sofrido de uma depressão quando da morte da mãe: “Socorri-me das pessoas certas e soube sentir os sinais e procurar ajuda. Mas, se quer que lhe diga se alguma vez pensei em suicídio, pensei. Pensei em suicídio. Só quem passou aquela dor e aquela angústia percebe o quão paralisante pode ser relativamente a ver uma saída.”
“Ele era o melhor pai do mundo, um homem apaixonado, o amigo mais querido, um excelente profissional, um cavalheiro, um homem à antiga. Já não se fazem homens assim e é dessa forma que vos peço que se lembrem do Pedro”, concluiu. Por fim, um apelo: “Coloque-se no papel daquela mãe que neste momento não sabe o que fazer, porque ninguém saberia. (…) Rezem pelo Pedro e por aquela família e não sejam maus.”