No último domingo, 19 de abril, o mundo inteiro pôde assistir a concertos de dezenas de artistas internacionais sem sair de casa. Paul McCartney, Taylor Swift, Rolling Stones, Maluma, Camila Cabello e Eddie Vedder são apenas alguns dos nomes que participaram da emissão “One World Together at Home”, um programa de televisão que teve curadoria de Lady Gaga. Com a iniciativa, a cantora conseguiu arrecadar quase 120 milhões de euros, que será doado à Organização Mundial de Saúde no combate à pandemia de Covid-19. E assim, Gaga passa de ícone da música pop para uma posição política importante no cenário mundial.
A cantora tem usado a sua visibilidade internacional – tem mais de 40 milhões de seguidores no Instagram e é acompanhada por mais de 81 milhões de pessoas no Twitter – para chamar a atenção de líderes mundiais. Foi o caso do presidente francês Emmanuel Macron, a quem Gaga falou diretamente no Twitter alguns dias antes da emissão do “One World Together at Home”.
“Presidente Emmanuel Macron, no ano passado mostrou a sua liderança na luta contra pandemias. Precisamos do seu apoio na luta global contra a Covid-19 através das Nações Unidas, CEPI Vaccines (Coalizão para inovações de preparação para epidemias) e Gavi (organização internacional para democratizar o acesso a vacinas). Estamos todos juntos”, escreveu Gaga na rede social.
O mesmo fez com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau: “Olá Justin Trudeau. Obrigada por financiar a CEPI Vaccines, o apelo das Nações Unidas, e por tudo que está a fazer para parar a Covid-19 e achatar a curva. O Canadá vai doar novos fundos à Gavi para entregar vacinas e salvar vidas nos países pobres?”, perguntou a cantora. A falar diretamente com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Lady Gaga afirma: “Presidente von der Leyen, como médica sabe que a doença não respeita fronteiras”.
Com 11 Grammy’s no currículo, além de um Globo de Ouro, um Bafta e um Óscar de melhor canção original, Lady Gaga tem mostrado cada vez mais que a música não é a sua única ambição. Em entrevista à “InStyle”, a cantora revela: “Não vou depositar a minha confiança no futuro da humanidade em um só indvíduo. Também depende de nós gerir o país. Colocar tanta importância no governo como esta força onisciente e abrangente que comanda as nossas vidas – não acredito que isto seja verdade. Acredito que temos o poder de decidir como a cultura deste país vai ser. Temos o poder de decidir como lidamos uns com os outros socialmente. E não precisamos de deitar tanto poder nas mãos de uma só pessoa”, disse Gaga. Em 2016, a cantora fez campanha por Hillary Clinton, que perdeu as eleições presidenciais norte-americanas. Este ano, Gaga ainda não tem candidato, mas afirma: “Estou a assistir o que acontece. Acho que todos sabemos em quem não vou votar”.