João Lima
Ana Guiomar, de 31 anos, não tem receio de mudanças nem de dizer o que pensa. E quando recebeu o convite da TVI para fazer parte do programa Ver Pra Crer, decidiu deixar a SIC, onde trabalhava há alguns anos. Sublinha que não pertence a nenhum canal e que aquilo que a entusiasma são os projetos e a liberdade que tem para os desempenhar. A seu lado, também nesta forma de estar na vida, tem estado Diogo Valsassina, com quem namora há 13 anos e com quem garante ter uma “vida tão normal que até se torna aborrecido”.
– Como está a correr esta experiência no programa Ver Pra Crer?
Ana Guiomar – Na verdade, só lá estou para dizer disparates. [Risos.] Sinto que posso dizer e fazer tudo e estou-me a divertir imenso. Às vezes acho que até me ‘estico’ um bocadinho. [Risos.]
– Mas é um registo diferente do habitual…
– Sim, não tem nada a ver com o meu trabalho como atriz nem sequer com as coisas que já fiz como apresentadora. Aqui posso ser eu a 100% e isso é muito divertido. Acordo muito bem-disposta, vou gravar com muito prazer, gosto muito da equipa, da produção e estou a adorar trabalhar com a Rita [Salema], com quem já não trabalhava há imenso tempo. Este convite veio na altura certa, porque tinha terminado uma peça bastante densa e estava a precisar de algo mais leve, que me ajudasse a distrair.
– Dá a sensação de que na sua carreira as coisas também vão surgindo assim, um pouco à medida das suas necessidades…
– Julgo que sim. O que sinto atualmente é que já não consigo acumular determinadas coisas, como, por exemplo, novela de dia e teatro à noite. Fico muito cansada. Achei que esta era a altura de parar e divertir-me um pouco mais, sem a pressão de fazer só coisas ditas sérias. Acho que há muito a pressão de se ser ou atriz de teatro ou atriz comercial, e eu não tenho problema nenhum em fazer tudo. Acho mesmo, e cada vez mais, que sou um bocadinho de tudo. Preciso da televisão e do teatro para me sentir feliz e realizada. É como o entretenimento, provoca em mim um bichinho que me faz ter saudades, desde o Bakery Bake. Não quero apresentar galas em direto a dizer “boa-noite”, mas o entretenimento dá-me um frenesim de que também gosto.
– E mudou-se realmente para a TVI?
– Claro que há uma mudança, mas eu não levo essa mudança na minha cabeça, porque nunca tive contrato de exclusividade com ninguém. Analiso sempre projeto a projeto, mesmo dentro do canal onde estou a trabalhar. Agora estou a trabalhar na TVI, mas daqui a um ano posso estar na SIC ou na RTP. Gosto sempre de analisar projeto a projeto. Há imensos atores que trabalham em todos os canais e que têm carreiras muito interessantes. Gosto de ter esta abertura e gostava que também houvesse abertura para eu poder trabalhar em todo o lado.
