Elton John escreveu uma autobiografia que será posta a venda no próximo dia 15 de outubro. Em Me: Elton John, o músico revela alguns pormenores da sua vida até então desconhecidos, como o facto de ter padecido de um cancro na próstata, de como a paternidade mudou a sua vida e os motivos pelos quais esteve sete anos sem falar com a mãe.
De acordo com o Daily Mail, que já teve acesso ao livro, Sheila Farebrother, mãe do cantor, sempre foi muito crítica tanto com o seu trabalho como com a sua vida pessoal. “Se editava um novo álbum, dizia que era mau, se comprava um quadro, era muito feio, se tocava num concerto solidário, era a atuação mais aborrecida a que já tinha assistido e que só se salvou pela participação de outro artista”, conta, assinalando que foram duas as ocasiões que marcaram o distanciamento da mãe: quando deixou de trabalhar com Bob Halley, seu assistente pessoal e quando se casou com David Furnish, em 2014.
“Quando nasceu o Zachary [o primeiro filho do casal, que veio ao mundo em 2010] já não nos falávamos. Um jornalista perguntou-lhe como se sentia por não conhecer o seu primeiro neto e ela disse que não a incomodava, porque nunca tinha gostado de crianças”, conta o artista.
Já no que respeita a Bob Halley, os dois trabalhavam juntos desde os anos 70, mas nos últimos tempos a relação entre ambos ficou tensa e Elton John decidiu que deveriam seguir caminhos diferentes. “Depois de uma forte discussão, o Bob avisou-se de que a minha carreira sem ele ia acabar em seis meses. A única mudança que houve na minha carreira depois de o Bob deixar de trabalhar comigo foram os gastos das digressões, que se reduziram notavelmente”.
Quem nunca perdoou este afastamento foi a mãe do artista, que era muito próxima de Bob. “A minha mãe ficou furiosa quando soube que o Bob tinha ido embora; eles davam-se muito bem e ela não quis ouvir a minha versão e disse-me que ele sempre tinha sido mais como um filho para ela do que eu mesmo”, escreveu o músico. “Importas-te mais com essa maldita coisa com quem te casaste do que com a tua própria mãe”, acrescentou a mãe, na mesma conversa. O artista contou que desde esse dia cortaram relações durante os sete anos seguintes.
No entanto, o artista preocupou-se sempre com a mãe e assegurou-se de que nunca lhe faltava nada. Tentou reaproximar-se dela quando esta já estava doente, mas sem sucesso, uma vez que a atitude de Sheila continuava a ser como sempre fora.
Na altura em que a mãe morreu, o cantor sofreu de um cancro na próstata, ao qual foi operado. A intervenção correu bem, mas Elton John sofreu de uma infeção gerada depois da cirurgia, revelando que passou por momentos complicados e chegou mesmo a correr risco de vida. “Os médicos disseram ao David que me restavam 24 horas de vida. Se a digressão pela América do Sul tivesse durado mais um dia eu tinha morrido”, contou. Passou 11 dias internado e sete semanas a recuperar e casa.
Na sua autobiografia conta ainda que nunca quis ser pai, mas que mudou de ideias quando visitou com o marido um orfanato na Ucrânia. O casal tentou aí adotar uma criança, mas sem sucesso. Mais tarde acabariam por conseguir ter dois filhos, Zachary, que nasceu no dia de Natal, em 2010, e o irmão, Elijah, em janeiro de 2013, ambos gerados pela mesma barriga de aluguer.