Em setembro, Andreia Rodrigues, de 34 anos, contou no seu blogue, Coisas Nossas, que tinha sofrido dois abortos antes do nascimento da filha, Alice, agora com sete meses. Devido a esta partilha tão íntima, a apresentadora da SIC recebeu milhares de mensagens de mulheres que passaram pela mesma experiência e que procuravam uma palavra de conforto. Querendo combater o estigma, Andreia fala abertamente deste tema, defendendo: “Se a minha história ajudou uma só mulher, já fez todo o sentido.”
Aproveitando o 5.º aniversário da loja Torres Joalheiros Avenida, a CARAS conversou com a mulher de Daniel Oliveira, diretor de Programas da SIC, sobre a forma como ultrapassou a perda gestacional, mas também sobre estes tempos felizes da maternidade que agora vive.
– Tem estado muito dedicada à sua filha, conduzindo apenas algumas emissões pontuais na SIC. Já sabe quando é que vai voltar à antena de forma mais permanente?
Andreia Rodrigues – Ainda não. Penso que volto neste primeiro semestre do ano, pois era isso que estava previsto, mas não sei datas concretas. Estou a aguardar, mas quero e preciso de trabalhar. Também continuo a apostar no digital e no meu blogue. Nestes últimos meses não estive tão ativa, mas já comecei a fazer novos conteúdos e quero continuar a partilhar histórias.
– E, por falar em partilhar histórias, no final de setembro decidiu contar no seu blogue que sofreu dois abortos antes de conseguir engravidar da Alice. Ficou surpreendida com a repercussão que a sua partilha teve?
– Fiquei. Depois de sofrer o segundo aborto [em abril de 2017], percebi que um dia teria de falar sobre isso. Sabia que muitas pessoas estavam a viver o mesmo que eu e que aquilo também as sufocava. Mas não era aquele o momento certo, não estava preparada. Na semana em que decidi fazer essa partilha estive com uma pessoa que me perguntava pela Alice e nas suas palavras ouvi-me a mim mesma. Percebi que as suas perguntas não estavam só relacionados com a Alice. Ela perguntava-me se tinha corrido tudo bem, se tinha engravidado logo, se não tinha apanhado nenhum susto, e eu revi-me em todas essas questões. Cheguei a contar a minha história a outras pessoas como se fosse a de outra mulher! E isso não faz sentido. Dói muito, mas não nos podemos sentir amarradas, espartilhadas, culpadas e envergonhadas por termos uma gestação que não progride. Se a minha história ajudou uma só mulher, já fez todo o sentido.
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1223 da revista CARAS.
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