Considerada uma das três livrarias mais bonitas do mundo, a Lello, no Porto, celebrou condignamente os seus 113 anos com uma festa que esteve aberta ao grande público, mas que começou com um momento reservado a convidados, em que foi homenageado o ensaísta e filósofo Eduardo Lourenço. Aplaudido por todos pelo seu percurso e contributo à nação, foi descrito por Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem gravada em vídeo, como “o maior português da contemporaneidade viva”. O Presidente da República felicitou também a livraria pelo aniversário e a sua importância histórica em Portugal e no mundo.
“Este é um dia muito importante para todos nós, porque vamos recuperar a Bolsa de Valores do Porto e trazê-la à livraria para dar início à oferta pública de aquisição de três monumentos ao jornalismo, à imaginação e à nação: a Gazeta da Restauração, o primeiro jornal do reino, de 1641, a primeira edição em inglês de Harry Potter e a Pedra Filosofal e a primeira edição de Os Lusíadas”, explicou Aurora Pedro Pinto, administradora da Lello, adiantando que a própria livraria já avançou com uma oferta de 1500 euros pela Gazeta, de 70 mil pelo Harry Potter e de 250 mil pel’ Os Lusíadas.
A celebrar a história e o legado, mas sem esquecer o presente e o futuro, Aurora Pedro Pinto espera “que o livro se torne um objeto patrimonial, além de objeto cultural. Que o livro seja um bom investimento e que as pessoas o possam mostrar com o mesmo prazer com que mostram um quadro”.
Na ocasião, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que se referiu à Lello como “um templo da cultura”, confessou ser um cliente assíduo. Por sua vez, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, falou na “simbiose entre património e literatura” e realçou que “as livrarias têm de ser guardiãs da nossa cultura, história e língua”.
Livraria Lello, uma das mais bonitas do mundo, celebra 113 anos de história
Para celebrar o 113.º aniversário da Lello, várias igrejas da Baixa, dos Clérigos à Sé, tocaram os sinos em uníssono.