
Paulo Jorge Figueiredo
Raquel Rocheta, de 44 anos, e a filha Mariana, de 16, já passaram por muito juntas, em especial durante os cinco anos que Carlos Cruz, ex-marido da relações públicas e pai da estudante, esteve preso. Desde que este foi libertado, há dois anos, têm aprendido a viver de outra forma e a sentir que não precisam de contar apenas uma com a outra.
Com uma relação bastante cúmplice, as duas passaram um fim de semana em Coruche, a convite da CARAS e da SEAT.
– Continuam a fazer programas de mãe e filha, como este?
Raquel Rocheta – Nesta idade da Mariana já é muito difícil fazer atividades só de mãe e filha. Geralmente envolvem mais uma amiga da Mariana, como foi o caso. E é natural, quando eu tinha a idade dela também preferia estar com os meus amigos. Comigo ela gosta de estar quando precisa de desabafar, em especial as situações do dia a dia, os problemas com as amigas e os namorados.
– Mas isso é bom sinal, é sinal de muita cumplicidade…
– É verdade. Unimo-nos mais nestes últimos meses, por questões dela, sentimentais, pois já tem as suas paixonetas, e por situações mais conflituosas com amigas. Temos estado muito próximas.
– E como está a lidar com essa adolescência?
– Lembro-me muito bem como foi comigo e não sou daquelas mães que não querem que os filhos saibam o que fizeram e as experiências que tiveram. Sempre gostei de lhe contar as minhas coisas e entendo. Gosto que ela fale comigo, tento dar opiniões e minimizar os sentimentos que envolvem amargura e tristeza.
– Nota diferença na Mariana desde que o pai veio para casa?
– Já fez dois anos e noto-a muito mais tranquila. Era um peso constante que ela carregava, até porque duas vezes por semana ia visitar o pai à cadeia. Noto-a muito mais feliz e acho que o facto de o pai estar cá fora e termos todos uma ótima relação é muito importante para ela.
– Para si também será com certeza bom, porque de certa forma acaba por poder viver de uma forma mais tranquila, com mais liberdade...
– Ganhei uma nova vida desde que o Carlos saiu. Passei a ter bastante tempo para mim, a poder sair mais com amigos e a viajar. A fazer tudo aquilo que eu quis durante 12 anos e não conseguia.
– E isso não lhe dá vontade de voltar a encontrar o amor?
– Dá, alguma, mas também me tornei uma pessoa que está habituada a estar sozinha, a ter o seu espaço… Sou um pouco egoísta, não tenho propriamente necessidade de ter alguém ao meu lado e tendo a Mariana ainda em casa, sinto que o espaço é só nosso. Depois, também tenho um grupo de amigos muito grande e acabo por sair muito e não ter a necessidade de procurar uma pessoa. Não é fácil encontrar uma pessoa que me preencha neste momento.
– Para terminar, como foi esta experiência de andarem juntas de balão de ar quente?
– Foi muito giro, era algo que eu queria fazer há anos e tê-lo feito com a Mariana foi maravilhoso. Adoro conhecer coisas novas e neste momento apetece-me imenso testar os meus limites. Estou numa fase em que me apetece fazer tudo aquilo que não fiz. Dou por mim a querer tudo o que são desportos radicais e a compensar o tempo perdido.
Fotos: Paulo Jorge Figueiredo Produção: Vanessa Marques