Maria Barros tem uma característica que define a forma como encara a vida: o sorriso doce. É quase um cartão de visita que diz muito da sua personalidade e que a leva a colher os afetos que semeia no dia a dia. O amor com que brinda quem a rodeia retorna sempre para ela nos mais diversos momentos. E foi desse amor que se fez o dia em que comemorou mais um aniversário. Para os seus 47 anos, a designer de interiores quis recriar a estética da série britânica Downton Abbey, que se desenrola no início do século XX, e escolheu o hotel Palácio Estoril para um jantar muito especial. “A mesa foi decorada por mim para conseguir uma imagem requintada que nos transportasse para aquela época, mas que tivesse alguns traços de mesa de família. O serviço da Vista Alegre inspirado no Palácio da Ajuda foi a minha primeira escolha e acabou por servir de mote para toda a decoração”, explicou Maria, que nesta festa contou com o carinho do marido, Rui Hipólito, dos filhos, Salvador, de 17 anos, e Clara, de 14, e de amigas como Bárbara Vara, Vanessa Godinho, Cristina Antas da Cunha, Teresa Viotti, Natacha Villas Boas ou Isabel Brassard.
– Celebrar cada aniversário é celebrar a vida?
Maria Barros – A alternativa a fazer anos é péssima! [Risos.] Por isso, se a vida nos dá o privilégio de irmos dando mais umas voltas ao sol com saúde e rodeados de amor, temos de celebrar. Quanto mais damos à vida, mais ela nos dá em retorno. Durante algum tempo preferi sair de Portugal e passar os meus anos em lugares diferentes, só com o Rui e os meus filhos, mas o ano passado reuni um pequeno grupo de amigas para um brunch e gostei tanto, foi tão especial, que este ano voltei a ter vontade de nos reunirmos para podermos celebrar a nossa amizade.
– A vida tem sido generosa consigo?
– Tenho problemas, como todas as pessoas… Não há vidas perfeitas e a minha está longe de o ser, mas tenho uma enorme capacidade para ser feliz. Viro uma página muito rápido. Digo o que tenho para dizer e sigo em frente. No fundo, penso que a vida me tem dado alegrias na medida do amor que ponho em tudo o que faço.
– Que memórias do que já viveu a deixam com um brilho especial no olhar?
– Fui uma criança muito feliz e guardo memórias fantásticas da infância. Hoje, penso nas brincadeiras com os meus filhos e também nos momentos em que, por qualquer motivo, eles me fazem sentir a mãe mais orgulhosa do mundo. E tenho a sorte de ter um marido que me faz rir todos os dias e que gosta de mim mesmo conhecendo todos os meus defeitos. Com ele tive o maior privilégio que se pode ter nesta vida, que é amar e ser amada. E as minhas amigas, que são as irmãs que escolhi para fazerem esta viagem comigo. A vida com elas é muito mais divertida.
– Quem a conhece sabe que tem sempre uma atitude muito positiva. Acha que esse é o segredo para uma vida plena?
– O segredo é viver o dia de hoje sem arrastar as mágoas passadas e sem vivermos apavorados com o que irá acontecer amanhã. As pessoas às vezes parece que têm medo de se expor à felicidade e vivem a queixar-se. Mas as oportunidades passam à porta de todos. A diferença é que muitas vezes nos apanham distraídos ou ocupados…
– Nunca teve problemas em assumir a sua idade. Agora que fez 47 anos, que mulher é e o que tem ganho com o tempo?
– Penso que vivemos com ideias erradas em relação à idade. A simples palavra “envelhecer” devia ser banida do dicionário. Prefiro pensar que continuo a crescer nesta caminhada. Prefiro acreditar que a minha alma fica mais rica com cada experiência. Prefiro pensar que, se Deus me deu o privilégio de viver mais um ano com saúde, devo agradecer. Não assumir a idade que se tem não me parece que seja uma forma de agradecimento.
fotos: Teresa Aires