Cristina Castel-Branco cresceu rodeada de arte. Com uma mãe formada em Belas Artes e um pai arquiteto, cedo percebeu que a criação e o belo também fariam parte do seu destino. Há 12 anos, a arquiteta paisagista foi convidada por José Miguel Júdice para restaurar os jardins da Quinta das Lágrimas, um espaço histórico, em Coimbra, que faz parte da história da família do advogado há quase três séculos. O que poderia ser apenas um contacto profissional tornou-se uma história de amor, sendo ainda o ponto de partida para Cristina concretizar o seu maior sonho: organizar um festival de música. É neste cenário mágico, que guarda as memórias do amor de D. Pedro e de Inês de Castro, que está a decorrer o 9.º Festival das Artes, iniciativa que põe a música, as artes plásticas, a palavra e os espetáculos a protagonizar serões inesquecíveis.
Pela primeira vez no papel de diretora deste certame, a arquiteta paisagista recebeu a CARAS, fez-nos uma visita guiada pela Quinta das Lágrimas e contou-nos como dá forma, som e cor às suas maiores inspirações.
– Este parece ser o sítio ideal para se organizar um festival dedicado às artes…
Cristina Castel-Branco – E é. Sempre quis organizar um festival de música. Fiz o Conservatório, mas quando tive de escolher, optei pelos jardins. Aos 16 anos vi um festival de música clássica nos EUA e passei a andar de festival em festival. Quando cheguei a este espaço, percebi logo que era o sítio ideal para concretizar este sonho antigo. Estar ao ar livre, ver a noite cair, com Coimbra ao fundo, enquanto se ouve música clássica é algo excecional.
– Sente que ter sido convidada pelo seu marido para restaurar os jardins desta Quinta foi mesmo um ponto de viragem na sua vida?
– O restauro destes jardins juntou-nos. O meu marido convidou-me para fazer este trabalho em 2005 e casámo-nos um ano depois. Transformar a Quinta das Lágrimas tem sido muito especial, porque sente-se o peso da História. A Rainha Santa Isabel construiu aqui um canal no século XIV [para levar a água da nascente ao Convento de Santa Clara] e Pedro e Inês também passaram por estes jardins. Aqui, as coisas são antigas e isso é único.
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1145 da revista CARAS.
Assinatura Digital
Apple Store
Google Play