Basta passar algum tempo com Paula Lobo Antunes para que a sua boa disposição, simpatia e um certo ar de miúda nos conquiste. Foi o que aconteceu durante a tarde que passámos com a atriz para esta sessão fotográfica e entrevista. Depois de ter sido mãe pela primeira vez há 21 meses, de uma menina, Beatriz, Paula, de 38 anos, diz que é hoje uma mulher diferente, mais equilibrada e completa. A experiência da maternidade tem sido vivida ao lado do também ator Jorge Corrula, seu companheiro há oito anos, e foi sobre os papéis de mãe, mulher e atriz que a Diana da novela Mulheres, da TVI, conversou connosco.
– Como têm sido estes quase dois anos com a Beatriz?
Paula Lobo Antunes – Lindos! É um cliché, mas ser mãe é mesmo a melhor coisa do mundo! E ajuda-nos a crescer. Vejo a minha filha crescer e cresço com ela, o que é muito giro. Vou evoluindo com a minha filha, porque ela vai passando por fases diferentes com as quais não sei lidar e vou aprendendo em conjunto com ela. Sinto-me mais completa, aprendo todos os dias e dou um valor diferentes às coisas. Há coisas que afinal já não importam. Parece que ficamos mais sábias, mais terra a terra e com mais equilíbrio. Ser mãe é um crescimento tremendo, dá-nos mais facetas e instrumentos para lidar com todas as situações, e isso é delicioso.
– O que mais a fascina na maternidade?
– A evolução, o não saber o dia de amanhã e como ela vai crescer. Fascina-me pensar na pessoa que ela vai ser, as qualidades que vai ter, a profissão que vai escolher, ver a evolução diária e saber que tenho a responsabilidade de moldar este ser para contribuir para a sociedade. Há pessoas que ficam com mais medo da morte depois de terem sido mães, eu não, pois sinto que já contribuí para a Humanidade. Vê-la florescer e tornar-se uma pessoa é o que mais me fascina. A beleza de ser mãe é ajudar a minha filha a crescer e guiá-la para que ela seja o melhor que possa ser.
– E tem receios?
– Sim, claro. O facto de não saber o que vai acontecer no futuro deixa-me um pouco ansiosa, mas sou uma pessoa positiva e acredito sempre que irá acontecer o melhor. Acredito que as coisas acontecem porque tem de ser e é só esperar por elas.
– E o que é mais difícil na maternidade?
– É não sabermos se o que estamos a fazer é bom ou mau. Há coisas que fazemos que vão ter um grande impacto no futuro e tento fazê-las como acho que deve ser, mas nem sempre sabemos o que é certo ou errado. Sigo os meus instintos, mas não há uma fórmula exata. Sou muito metódica e pragmática, e na maternidade as coisas não são assim tão simples! É mesmo assim, e eu, que sou um bocadinho control freak, tenho de lidar com isso. Mas acredito que vai tudo correr bem.
– Como é ver o Jorge no papel de pai?
– Também é natural, é algo que fazemos em conjunto e vamos evoluindo os dois. Estamos sempre a ser testados ao mesmo tempo, mas lidamos com isso de uma forma tranquila. Eu tinha a certeza de que ele ia ser um pai muito dotado, preocupado, ‘galinha’, e foi exatamente o que eu estava à espera.
– Quem é mais ‘galinha’?
– Ele! E já o admitiu várias vezes. Eu sou a mais condescendente, há sempre um que é mais disciplinador. Mas completamo-nos.
– Que balanço faz destes oito anos de relação?
– Tem sido uma pequena vida. Temos tido altos e baixos, bons e maus momentos, como todos os casais, mas tem sido uma aprendizagem e um crescimento a nível pessoal, profissional e emocional. É bom crescermos, cada um à sua maneira, mas ao mesmo tempo juntos.
– E terem mais filhos faz parte dos planos?
– Eu gostaria, mas nós não fazemos planos, as coisas vão acontecendo. Não queria que a Beatriz fosse filha única, mas quando teremos outro filho, não sei. Mas também sei que tenho de me despachar, pois não estou a ficar mais nova. [Risos]
– A idade preocupa-a?
– Falta um ano e meio para entrar nos 40, mas não me preocupa, é algo que faz parte da vida, é natural. Acho graça e quero saber o que me espera. O que mais penso é em termos de representação, e aí há sempre desafios novos. Agora já faço de mãe, daqui a uns anos passo a fazer de avó! E isso é o bonito de ser ator, há sempre papéis que podemos fazer. Pode haver menos, mas isso também exige mais de nós, temos de ser melhores profissionais e eu gosto de lutar e batalhar, de me aperfeiçoar. É muito importante saber envelhecer neste meio, porque os atores têm egos muito grandes. Acho que o meu é q. b., mas temos de ter cuidado com a perceção que temos de nós próprios, pois podemos querer mudar, voltar atrás no tempo quando não é possível. É importante gerir isso e saber apreciar uma mulher natural, que está bem com ela própria. Não sou contra as plásticas, mas acho que é preciso haver um equilíbrio.
– E mantém um certo ar de miúda…
– Sim, é verdade, mas eu noto uma grande diferença, sobretudo na televisão. Até já passo na RTP Memória! [Risos] Há uma diferença tremenda e confesso que foi um choque quando me vi pela primeira vez nesta novela, pois a cara muda, o corpo muda, mas tenho de aceitar o que sou e como sou.
– Ficou em choque? O que pensou?
– Que estou mais velha, mais mulher. Mas tenho um espírito jovem e acho que a minha filha também ajuda nisso. Sou muito descontraída, relaxada, gosto de brincar, de dançar, de rebolar no chão com a minha filha, ando sempre de chinelos e ténis. Esta personagem é muito executiva, sempre arranjada e de saltos, e quando vi a imagem completa foi um choque, pois é muito diferente de mim.
– Este foi o primeiro trabalho depois de ter sido mãe. Custou-lhe regressar?
– Não muito, porque estava com muita vontade de regressar. Claro que quando os dias são mais longos ou exigentes quero estar com ela. Mas separarmo-nos é inevitável e ela está a crescer, já pode ficar algum tempo sem mim. É mais um cordão umbilical que cortamos. Em termos de trabalho, no início tinha as minhas inseguranças e não sabia bem como abordar esta personagem, mas depois entreguei-me e confiei no trabalho da equipa.
– Ser mãe mudou algo a nível profissional?
– Sim, antes o trabalho consumia-me mais. Agora, quando chego a casa é para a família e tenho de ser mais organizada. Tenho de gerir melhor a vida pessoal e profissional. Quando estou com a Beatriz, não penso em trabalho, mas continuo a ser exigente comigo própria e a dedicar-me a 200 por cento.
– Que tipo de mulher é a Paula?
– Sou exigente, engraçada, de espírito livre, dedicada e orgulhosa, que é mais ou menos um defeito. E sou prática.
– Como se imagina daqui a dez anos?
– Feliz, bem, saudável, se calhar com mais um filho, com trabalho, sobretudo em cinema e teatro, e não estagnada, vou lutar para que isso não aconteça. Não gosto de me acomodar, gosto de estar sempre no limite, a querer melhorar e a fazer coisas melhores.
Paula Lobo Antunes reconhece: “Ser mãe faz-nos crescer e evoluir imenso”
A atriz, que regressou à televisão depois de ter sido mãe de Beatriz, de 21 meses, contou à CARAS como tem sido esta experiência ao lado do namorado, Jorge Corrula.
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