Emídio Rangel morreu esta quarta-feira, 13 de agosto, aos 66 anos, vítima de um cancro na bexiga. Pouco tempo depois da sua morte, começaram a surgir nas redes sociais reações dos seus colegas e amigos de profissão.
Catarina Furtado: “Querido Emídio, partiu a achar sempre que ia vencer mais uma batalha. Para onde for levará consigo uma capacidade invulgar para liderar equipas e fazer parecer possível, o impossível. Um homem de extremos, permanentemente entusiasmado, com talento para criar grandes amizades e ódios de estimação. Agradeço-lhe eternamente não ter tido medo de arriscar quando me disse que eu era a pessoa certa para apresentar o Chuva de Estrelas, um programa de grande responsabilidade que ajudou a SIC a liderar. Atirou-me às feras e fez com que eu própria passasse a acreditar mais em mim. A minha memória não é curta. Obrigada. E obrigada pelo enorme legado que deixou na Comunicação Social. Um abraço muito apertado, queridas Ana e Catarina.”
Rita Ferro Rodrigues: “Entrávamos no gabinete do Rangel a achar que determinado trabalho que nos tinha sido atribuído era um cócó e saíamos de lá, de peito erguido, com o mesmo cócó com que entráramos, mas a achar que era um cócó de ouro, o mais precioso do mundo e nós os únicos capazes de lidar com tamanha raridade. Era assim, o Rangel. Genial, sedutor, brilhante, galvanizador. Um líder com muitos defeitos como todos os homens mas absolutamente fascinante. Magnético. No primeiro ano de SIC Notícias (estava eu a fazer madrugadas) na noite dos Globos de Ouro veio buscar -me à redação (onde eu despachava notícias como se não houvesse amanhã ) para ir à festa da estação. Devo -lhe e ao Nuno Santos, a minha entrada na SIC, SIC que me deu dois filhos, os melhores amigos do mundo e os melhores momentos a trabalhar, fazendo o que gosto, acompanhada dos melhores. Deu -me muito. Disse -lhe isso em vida, agradeci -lhe em vida. Mas aqui vai de novo: obrigada Velho Leão. Por tudo.”
Daniel Oliveira: “Devemos muito a Emídio Rangel. Mais do que nos apercebemos no nosso dia a dia. Teria defeitos, como todos os homens, mas que não chegam para ensombrar as suas imensas virtudes.”
Fátima Lopes: “Acabo de saber da morte do Emídio Rangel. Confesso que não estava preparada para esta notícia. Achei sempre que ele venceria mais esta batalha. É graças a ele e ao facto de ser um visionário, que me fiz apresentadora. Obrigada Emídio! A minha gratidão é eterna.”
Carlos Daniel: “O Emídio Rangel deve ter sido o jornalista mais corajoso que conheci na vida. E um dos mais geniais também. Devem-lhe tanto a rádio e a televisão (também a RTP que ele mudou muito mais em alguns meses do que outros em muitos anos). Criou a TSF e a SIC, lançou (com o Nuno Santos) a SIC Notícias. A obra só não é maior que o homem porque ele foi mesmo muito grande. A minha vida e a minha carreira também não seriam o mesmo sem ele. Devo-lhe isso para sempre. E sobretudo o exemplo. De coragem.”
Bárbara Guimarães: “Hoje partiu um dos homens que está na história da televisão em Portugal. Um homem persistente cheio de garra, com uma força única. Obrigada Emídio por me teres apresentado à casa que tanto amo, a SIC. Que todas as estrelas te iluminem…”
Joana Lemos: “Meu querido Emídio o meu coração chora já de Saudade, mas também de angústia e indignação pelo mal que te trataram .. Sei que partiste sem Mágoa mas consciente da pequenez dos que não souberam valorizar a tua capacidade visionária a tua frontalidade e acima de tudo das tuas convicções. Como tu próprio me dizias”deixa”.. Deixa sim porque a obra foi e será tua, a tua capacidade de luta ficará para sempre para nós como exemplo.. A saudade que deixas?… Essa vou ter que aprender a viver com ela e acreditar que um dia vamos todos nos juntar outra vez e dar as nossas gargalhadas!! Obrigada querido Emídio por todas as lições que me deste! E pelo grande Amigo que sempre foste!”
Carlos Vaz Marques: “Todos devemos muito ao Emídio Rangel. Mesmo aqueles que não têm consciência disso. Ele reinventou a rádio de informação em Portugal. Transformou a comunicação social portuguesa. Foi ousado no país cinzento, inconformado no país acomodado, truculento no país do respeitinho. Havia quem não gostasse dele nem com molho de tomate – o que foi só mais um dos seus méritos. Tinha defeitos, evidentemente. Não façamos agora à sua memória a desfeita de lhos negar. O Rangel era exuberantemente humano e tinha orgulho nisso. Faço parte da geração que teve a sorte de beneficiar da energia do Emídio Rangel. Infelizmente, já não poderei saldar a dívida de gratidão que contraí junto dele.”
Rita Salema: “Há pessoas que passam pela nossa vida e deixam marcas e memórias inesquecíveis, palavras de incentivo e coragem que recorremos a elas durante a nossa vida sempre que estamos em baixo e graças a essas milagrosas palavras ditas há muitos aos atrás, estou aqui, não desisti. Obrigada querido Emídio um beijinho muito doce minha querida Ana e família”
António Esteves: “Morreu o homem que sabia sonhar, que fazia sonhar, que arrastava os outros para os sonhos e sabia torná-los realidade. Que respeitava a liberdade de opinião, de expressão, a criatividade e a imaginação. Um homem corajoso que via sempre mais cedo e mais à frente e a quem o jornalismo livre muito deve. Uma força da natureza com um sorriso sedutor e contagiante que mobilizava pessoas e criava equipas invariáveis. Foi meu director na TSF e na SIC onde vivi alguns dos momentos mais estimulantes da minha carreira. Não éramos amigos próximos mas fomos grandes companheiros de jornada. Descansa em paz, Emídio Rangel. Um beijo no teu coração, Ana Sofia Rangel em quem todos vemos as melhores qualidades do teu pai.”
Cristina Ferreira: “Há pessoas que sem se aperceberem mudam a vida dos outros para sempre. Estou aqui hoje porque este senhor resolveu criar um curso de apresentadores de televisão que frequentei. Não fosse Emídio Rangel e eu não seria a Cristina Ferreira do ecrã. Obrigada por me ter tocado. Em vida e na vida. Cf”
Cláudio Ramos: “Devo a Emídio Rangel o começo da minha vida televisiva. Foi ele que acreditou em mim. Foi o primeiro a dar-me ‘a’ oportunidade. E ainda hoje me lembro da sua frase no seu gabinete dias antes de me estrear nas Noites Marcianas: ‘Cláudio, dei-te a oportunidade porque achei que serias capaz, cabe-te a ti fazer o resto’. Tenho tentado Director. Até sempre e obrigado! Sempre!”
Ana Mesquita: “Nos últimos dias partiram pessoas tão marcantes como Robin Williams, Lauren Bacal e agora Emídio Rangel. Para os africanos, como eu, que desde cedo aprendemos a manter-nos mais ligados à energia e à influência dos antepassados do que de demónios, quando gente muito forte parte, ligamo-nos a eles na esperança de que, da morada mais alta a que ascendam, possam partilhar connosco o melhor, descasando em paz.”
Jorge Gabriel: “Emídio Rangel, defendia que não há notícias boas, e notícias más. Há notícias. No entanto, há algumas que serão sempre indesejáveis. Morreu um dos portugueses que mais sabia de comunicação, e pessoalmente permitiu-me iniciar a minha vida televisiva, no entretenimento. Muito obrigado. Descanse em paz, depois desta terrível longa batalha contra o cancro.”