Sempre que fala do pai, o aguarelista António Cruz, os olhos de Rosarinho Cruz brilham. Ele é a grande influência na vida da pintora e designer de joias, tema que dá título à exposição patente na Casa Museu Guerra Junqueiro, na Sé do Porto: A Hereditariedade na Arte.
“Não sei se a paixão que tenho pelo que faço é hereditária, mas sinto que estou ligada ao meu pai quando trabalho. Talvez esta seja uma forma de colmatar a saudade que sinto. A morte do meu pai foi o acontecimento mais violento da minha vida e esta pode ser a forma que encontrei de o continuar a ter presente no meu dia-a-dia”, explica Rosarinho, que acrescenta: “A saudade e o que partilhamos faz com que eu crie o que crio.”
Trinta e um anos após a morte do pai, Rosarinho continua a falar dele no presente. “Eu e o meu pai temos uma ligação muito forte, sei que ele me está a ver e está orgulhoso em mim”, diz, referindo que quando está a trabalhar tem sempre por perto um livro com as aguarelas do pai.
Feliz com esta retrospetiva, Rosarinho partilhou o momento com o namorado, Nuno Pinto Leite, os filhos, João, Marta e Manuel, e com o neto, Mateus, de ano e meio, filho de Marta: “Estou a adorar ser avó, ele está numa fase muito gira e é um miúdo super independente. E já deu para perceber que gosta de pintar, diverte-se quando lhe dou pincéis.”
Rosarinho Cruz: Paixão hereditária pela arte
A pintora reuniu a família na abertura da sua nova exposição, 'A Hereditariedade na Arte'.