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Victor Freitas
Ao segundo tema da noite, Irmãos de Sangue, Rui Veloso confirmou que é essa a ligação que tem com o público, que nunca o deixa ficar mal, como ficou provado no primeiro dos dois concertos que deu no Coliseu de Lisboa, nos últimos dias 17 e 18. A festejar trinta anos de carreira e os vinte passados sobre a edição do disco que lhe firmou definitivamente a popularidade, Mingos e os Samurais, Rui Veloso mostrou que não estagna mesmo com o reportório de sempre. Os 31 temas do espetáculo foram apresentados com novos arranjos, mas a magia das suas melodias para as letras inspiradas de Carlos Tê mantém-se intocada. Rui Veloso é único e as ovações e os vários refrões entoados pelo público provaram isso mesmo.
Apesar de ter chegado atrasado, "porque só me libertei das aulas já fora de horas", Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, não falhou o concerto comemorativo do músico portuense. Ao intervalo, garantia sobre a primeira parte do espetáculo: "Fantástico! Não podia faltar. O Rui Veloso foi a pequena grande revolução do rock português e acompanhou-me desde a minha fase de adolescência até hoje. Conheço-o pessoalmente há vinte anos ou mais e tivemos a mesma professora de canto." É que o político, quando se permite deixar de o ser, também canta, mas avisa: "Não sou roqueiro como ele e canto mais em particular."
Conterrânea do músico, Judite Sousa esteve no Coliseu acompanhada pelo marido, Fernando Seara, e confessou ser fã acérrima de Rui Veloso, para além de amiga há muitos anos. " Muitas das músicas que ele canta são as da minha terra. Uma das minhas preferidas é o Porto Sentido . Acho o Rui um excelente compositor e intérprete, que também teve a sorte de encontrar no seu caminho um grande letrista, que é o Carlos Tê, que faz retratos fiéis de realidades que me são muito próximas."
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.