
Pilar del Río e Miguel Gonçalves Mendes
Pedro Simões
Há histórias de amor que devem ser partilhadas com o mundo. Foi precisamente isso que Miguel Gonçalves Mendes pensou do romance de José Saramago e Pilar del Río. Depois de quatro anos a acompanhar o escritor, que morreu em junho, e a mulher deste, e após a edição de 240 horas de gravação, o realizador apresentou na Culturgest, na abertura do doclisboa 2010, o filme José & Pilar. "A Pilar teve um papel muito importante na vida de Saramago. O que mais me impressionou nesta história foi o amor e a complementaridade quase cósmica que existia entre eles. Há uma frase muito bonita, em que Saramago diz: "Eu tinha ideias para romances e a Pilar teve ideias para a vida, e não sei o que é mais importante," partilhou o realizador.
Naturalmente, Pilar não faltou a esta apresentação. E recordou: "José Saramago era uma pessoa muito feliz e ficava triste por ver que o mundo não era feliz. Era uma pessoa excecional, muito bem-disposta, que vivia em grande harmonia. Era um homem único, irrepetível, e cabia-lhe o mundo na cabeça e no coração. Eu era uma aprendiz que estava ao seu lado. Vi uma primeira versão do filme com ele, e ele gostou do que viu. O Miguel disse-me que este filme era uma grande declaração de amor."José & Pilar vai para as salas de cinema a 18 de novembro.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.