Álvaro Affonso de Miranda Neto, ou
Doda Miranda, como é conhecido no mundo do hipismo, surgiu acompanhado pela filha,
Viviane, de dez anos, e por
Fernando Dorsa Oliva, de 13. Falou dos dois com o mesmo carinho, tratando-os como se ambos fossem seus filhos, mas, na verdade, só Viviane é sua filha biológica – fruto do seu primeiro casamento com a ex-manequim
Cibele Dorsa, que terminou em 2003. Fernando é filho da ex-mulher do cavaleiro e do empresário
Fernando Oliva, de 54 anos, mas, desde o acidente de automóvel gravíssimo que Cibele sofreu há cerca de dois anos, Doda Miranda decidiu tomar conta do meio-irmão de Viviane, proporcionando-lhe o mesmo estilo de vida.
"A grande motivação da minha vida é tê-los ao meu lado", assegurou o cavaleiro, de 37 anos, no final de uma das provas do Global Champions Tour 2010, que decorreu no passado fim de semana no Estoril. Uma prova na qual a mulher,
Athina Onassis, de 25 anos, também costuma participar, mas este ano, por se encontrar a recuperar de uma lesão no ombro, foi obrigada a assistir às provas nas bancadas.
– Ficou em primeiro lugar numa das provas. Sente que o seu esforço foi recompensado?
Doda Miranda – Sim, ainda mais por ter acontecido num concurso como este do Estoril, que é um dos melhores do mundo. É muito gratificante vermos o trabalho de todo o dia, todo o esforço, ser recompensado com uma vitória bonita como esta.
– É importante sentir-se apoiado?
– Sem dúvida, principalmente pela minha família: estas crianças maravilhosas [os filhos], obviamente a minha esposa, e os meus amigos.
– O seu filho também se mostrou entusiasmado…
– Ele é um amante de desporto, gosta muito de futebol, e agora está a gostar muito de cavalos, tal como a Viviane. Eles ajudam-me muito e montam todos os dias comigo.
– E tem sido fácil contar com a companhia dos dois? Eles já terminaram a escola?
– Eles já estão de férias, por isso, podem montar sempre que quiserem. Mas, mesmo durante as aulas, eles montam praticamente todos os dias os seus póneis, e divertem-se muito.
– Quer dizer que pode ter dois seguidores da sua carreira?
– Se Deus quiser, sim. A dúvida do Fernando é escolher entre o futebol e os cavalos, mas a Viviane é com certeza cavalos.
– A sua mulher este ano não pôde competir…
– Ela magoou-se há um mês, mas daqui a pouco regressa.
– Lesionou-se durante uma prova?
– Sim, durante uma competição em França. Desequilibrou-se depois de um salto, caiu, deslocou o ombro e fraturou o úmero.
– Quanto tempo é que ela vai ter de esperar até estar completamente recuperada?
– Três meses. Agora vai começar a fazer fisioterapia, e acredito que daqui a um mês já consiga montar de vez em quando, mas, competir, só daqui a dois meses.
– Para ela também não deve ser fácil estar impedida de competir…
– Não é fácil, mas, como eu lhe digo, temos é que agradecer, porque poderia ter sido muito pior. Tendo a certeza de que vai ficar boa, e sabendo que o mais importante na vida é termos saúde, temos de agradecer, porque há muitas outras coisas que acontecem e bem piores. Isto foi uma queda, tem de ter paciência porque, se Deus quiser, vai ficar tudo bem.
– Acha que ela poderá abdicar das competições para poder concretizar o sonho de ser mãe em breve?
– Em breve acredito que não, mas num futuro próximo o sonho dela é também ser mãe, mas agora ela é muito jovem. Acho muito importante que ela aposte mais na sua carreira como amazona, para depois se poder dedicar aos filhos e começar a montar mais tarde. Mas acho que agora deve aproveitar este momento de entusiasmo com os cavalos. Acho que pode esperar um pouco mais antes de ser mãe.
– Este ano comemoram cinco anos de casados. Como está a correr a vida a dois?
– Graças a Deus, está uma maravilha. O mais importante é sermos muito amigos, admirarmo-nos um ao outro, sobretudo haver respeito e conseguir manter uma família unida. Hoje em dia ouvimos falar tanto de divórcios que o que queremos é respeitar, admirar o companheiro e viver com alegria.
– Não discutem nem se aborrecem, mesmo acerca das provas? Afinal, são os dois entendidos neste meio…
– Acho que é muito importante apoiarmo-nos um ao outro. Ter a sorte de os dois praticarmos o mesmo desporto faz com que, no final das competições – ganhando ou perdendo -, nos juntemos para tentar perceber quais foram os erros de forma a evitá-los nas competições seguintes, mas também impormos limites às frustrações e insucessos. Hoje ganhei, amanhã é outro dia. Não devemos ficar muito ligados ao passado, porque quem vive do passado são os museus. Temos de olhar sempre para a frente.
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*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.