Não pensa casar-se nem sabe se quer ter filhos, mas sobre o que deseja receber neste Natal,
Vanessa Oliveira não tem dúvidas: uma máquina de fazer pão, uma impressora e um gravador. Todos os anos a apresentadora faz uma lista com os presentes que gostaria que lhe oferecessem, mas não vai muito mais longe no que toca a planos de vida. Vanessa gosta de viver um dia de cada vez, sem grandes pressas e, apesar de hoje estar feliz e apaixonada ao lado do
DJ
João Fernandes, com quem namora há cerca de oito anos, não dá certezas para o dia de amanhã.
– Aos poucos, foi crescendo e construindo o seu espaço na televisão. É ambiciosa?
Vanessa Oliveira – Não sou muito ambiciosa no sentido de querer tudo ao mesmo tempo, porque acho que as coisas se constroem, e só através da aprendizagem se criam ferramentas para se evoluir no trabalho. E eu quero evoluir, mas nunca peço nem ando atrás de nada. As coisas chegam até mim, nunca pedi para fazer nenhum programa. Daqui a dez anos quero ter um vestido Dior e andar sempre vestida como a senhora destas fotografias. Isso é a ambição que tenho para mim. Mas a nível profissional, não vou bater à porta para fazer nada.
– Mas, confesse, tem a ambição de ter um programa só seu…
– Mas isso há-de chegar. Tenho 28 anos… Por exemplo, a Bárbara Guimarães e a Catarina Furtado têm trinta e tal anos e eu acredito que quando tiver a idade delas estarei como elas estão. Acho que as coisas acontecem devagarinho e que me falta alguma bagagem e idade. Se me perguntar se queria ter já um programa só meu, respondia que não. As coisas aprendem-se, vão com calma.
– Continua a dizer-se que as apresentadoras do Fama Show se dão mal…
– Não nos damos mal. Nem de início. Gosto muito daquilo que faço e elas também. É natural que nos identifiquemos mais com umas do que com outras, mas isso é normal e acontece em qualquer lado, tanto com homens como com mulheres. Por exemplo, adoro a Rita Andrade e tenho vivido a gravidez dela quase como se fosse minha.
– A gravidez da Rita despertou-lhe o instinto maternal?
– Não sei se quero ser mãe. A minha vida não me deixa muita disponibilidade para ter filhos. Fiquei muito entusiasmada com a gravidez da Rita, mas ao mesmo tempo penso que ainda não tenho vida para isso, acordar de noite com a criança a chorar… Tenho uma dualidade de sentimentos em relação a isso. Sinceramente, quando vier, virá, com certeza, com amor, carinho e saúde, se Deus quiser. Até lá…
– E o João também não quer filhos?
– Nós temos vidas muito complicadas para isso. O trabalho dele tira-lhe muito tempo, eu, por exemplo, na semana passada, não houve um dia em que chegasse antes da uma da manhã a casa, tendo saído às 9h00. O que é que eu faço com uma criança com esta vida que nós temos? Vai para a casa dos avós? Não! São meus filhos e sou eu que tenho que os educar.
– E também não pensa casar-se?
– Para grande desgosto da minha mãe, não planeio casamento nenhum. Não é um papel assinado e uma festa que vão mudar aquilo que eu sinto ou tenho pelo e com o João. E nós estamos bem assim. Casar para quê? Para gastar dinheiro? Nem pensar, sou muito poupadinha. O casamento não é de todo uma prioridade, estamos bem assim. Qual é a diferença? Uma aliança? Não precisamos disso.
– Já vivem juntos?
– Há cerca de dois anos.
– Namoraram sete anos, depois acabaram, reataram…
– Sim… Ao todo, namoramos há oito anos. Voltámos há um ano e tal.
– Precisou de ter o seu espaço?
– Acho que precisámos os dois. Nós éramos muito novinhos quando começámos a namorar, eu tinha 20 anos e ele 21. Fomos crescendo e precisámos de um abanão, de uma lufada de ar fresco… Depois percebi que era mesmo ele aquela pessoa.
– Esse tempo que estiveram afastados acabou por ajudar a reforçar a relação…
– Sim, ajudou. E acho que foi bom para nós os dois. Foi do género: agora não te posso ver à frente e agora já não sei viver sem ti!
– Agora estão outra vez superapaixonados? Por vezes isso acaba por se perder com o passar dos anos numa relação…
– Sim, estamos muito apaixonados. Acho que nos acostumamos a muitas coisas e, quando crescemos com outra pessoa, acabamos por criar vícios que podem não ser tão saudáveis… Acho que às vezes os cortes radicais são bons por isso. Porque acabamos por perceber o que não fizemos bem ou o que o outro também não fez, para depois emendarmos os erros. Isso se a ideia é voltar outra vez para a pessoa…
– Mas a sua ideia sempre foi voltar para o João?
– Não, de todo. Era mesmo: ‘Sai da minha frente que já não te posso ver.’ Acho que este tempo nos fez muito bem.
– Agora acha que é para ficar de vez?
– Nestas coisas, nunca digas nunca nem sempre, porque não sabemos o dia de amanhã. Hoje, se me perguntar, digo que sim, que é para o resto da vida, amanhã, logo se vê. A minha filosofia de vida é assim. Vives hoje e amanhã, depois logo se vê.
– Mudando completamente de assunto: a Vanessa aumentou o peito…
– Não é muito significativo para mim falar disso. Já fiz esta operação há tanto tempo, fez três anos em Maio… Aumentei o peito, basicamente para uniformizar o meu corpo, porque tenho a anca muito larga e tinha o peito pequeno. Pus aquilo que achava dimensionado para o meu corpo e sinto-me óptima.
– A ‘fama’ não lhe trouxe manias de estrela?
– Se calhar é pretensiosismo dizer que não as tenho. A sensação que tenho é que não mudei muito. Continuo a ser a mesma miúda que anda tranquila de calças de ganga e ténis na rua. Embora aconteçam coisas como me sucedeu há duas semanas: fui a uma feira com a minha irmã e ela estava desesperada e incomodada porque toda a gente estava a olhar para mim. Eu recomendei-lhe que se abstraísse e se divertisse. Não vou deixar de fazer a minha vida só por causa disso.
– Ela deve vê-la como um exemplo…
– Sim, tanto os meus pais como a minha irmã têm muito orgulho em mim.
– Os seus pais sempre aceitaram bem a sua profissão?
– No início, a minha mãe não gostava muito que eu fosse manequim. Por outro lado, o meu pai sempre disse: "Podes ser o que tu quiseres. Acabas o curso e começas a trabalhar. Não podes é ter negativas." E eu lá fui estudando e trabalhando ao mesmo tempo. Isso acabou por me dar liberdade e independência… Aos 19 anos já ganhava um bom dinheiro e acabei por ter sempre as minhas coisas: paguei a minha viagem de finalistas, dava presentinhos aos meus pais, os meus carros fui eu sempre que fiz questão de os pagar…
– Como vai ser o seu Natal?
– Junta-se toda a família em casa dos meus pais. O meu avô faleceu este ano, por isso, este Natal vai ser mais tristonho. Foi ele que me criou… mas estaremos todos reunidos. Eu adoro o Natal, sou viciada, transformo-me numa criança autêntica. Sou capaz de andar de bandolete de renas, de vestir roupa encarnada, e adoro dar e receber presentes…
– E o que é que pediu este Natal?
– Quero uma máquina de pão, uma impressora, um gravador, livros… Faço sempre uma lista com as coisas que quero receber no Natal, sou muito prática. Gosto de dar aquilo que as pessoas querem e gostam e de receber aquilo que quero.