Oceana Basílio e
Pedro Laginha estiveram casados menos de dois anos. Desde que tornaram pública a sua separação, o assunto tem originado muita especulação na imprensa, mas a actriz procurou manter-se alheia a tudo isso. O que conseguiu até ver publicada uma matéria em que o motivo da separação era atribuído a um suposto aborto que a actriz teria feito, por não desejar mais filhos. A mesma peça sugeria ainda que a relação de Oceana com a filha,
Francisca, de cinco anos, seria pouco próxima.
Magoada, a actriz resolveu esclarecer as verdadeiras razões da sua separação nesta entrevista exclusiva à CARAS, na qual falou ainda, pela primeira vez, da relação discreta que mantém com o advogado
Nuno Almas.
– O fim do seu casamento é um assunto resolvido na sua vida?
Oceana Basílio – Estamos separados há nove meses, mas isso é algo que para nós está resolvido. Acima de tudo, somos muito amigos e temos um enorme respeito um pelo outro. E foi uma separação muito tranquila, de comum acordo. Somos duas pessoas que gostam muito uma da outra, que se admiram imenso, mas houve coisas no dia-a-dia que já não justificavam haver um relacionamento a dois. E quando gostamos muito de uma pessoa, é importante que a convivência não estrague isso. E acho que isso foi o mais bonito entre nós.
– Então, o casamento chegou ao fim devido ao desgaste natural da relação?
– A relação terminou porque chegámos à conclusão de que já só éramos grandes amigos. Somos muito diferentes a nível de temperamentos e personalidades. E as diferenças que no princípio, quando estamos apaixonados, pareciam ser coisas com as quais era fácil lidar, depois, com o tempo, verificámos que não era bem assim. Mas sempre nos respeitámos e quisemos manter isso.
– E não houve terceiras pessoas envolvidas?
– Não houve terceiras pessoas e nenhum dos motivos que as revistas publicaram esteve na origem do fim do nosso casamento. No nosso caso, foi uma coisa muito tranquila a nível familiar, conversada com as crianças… Foi de facto uma coisa natural.
– Como é que tem lidado com tudo o que se tem escrito na imprensa sobre o fim do seu casamento?
– Fiquei triste. A forma como as coisas foram mostradas não é uma coisa banal. Foi um assunto muito importante e que toca em qualquer ser humano. E quando é mentira, é óbvio que nos magoa. Não costumo ligar ao que se escreve quando é mentira, mas, neste caso, não pude evitar ficar triste a partir do momento em que interfere com a minha família, em particular com a minha filha e a minha irmã. E não entendo como é que pode existir um jornalismo em que se fala com crianças de cinco anos sem a presença dos pais e ir ao sítio onde elas estudam. Isso para mim é revoltante. Tenho de proteger a minha filha.
– Ficou mais magoada com o facto de terem envolvido a sua filha do que com a referência a um suposto aborto que teria posto fim ao casamento?
– É claro que uma mentira é sempre má, sobretudo neste caso, que é uma difamação. E a partir do momento em que transgride uma linha e as coisas se tornam feias… E, neste caso, por ter mexido na minha família, é impossível deixar as coisas como estão. As pessoas têm de perceber que as atitudes têm consequências e avancei para tribunal.
– Acha que puseram em causa o seu papel enquanto mãe?
– Claro que não. Nada põe em causa eu ser boa mãe. Não sou perfeita, mas sou uma grande mãe e tenho consciência disso. E só eu e ela é que sabemos o relacionamento que temos.
– Como é que a Francisca lidou com esta mudança?
– A Francisca lidou muito bem, porque somos pessoas muito saudáveis e que soubemos transmitir as coisas muito bem, tanto à Francisca como ao
Afonso [filho de Pedro Laginha].
– E a Oceana?
– É óbvio que o fim de um casamento mexe sempre com as pessoas. É um recomeçar, o criar uma nova estrutura familiar, novas rotinas. Esse lado mexeu comigo. Mas quando as coisas já não estão bem, a partida para uma nova fase da vida traz coisas boas e uma redescoberta. Acima de tudo, tenho estado bem.
– Há alguma possibilidade de se reconciliarem?
– Neste momento, não há reconciliação possível. Somos grandes amigos e eu estarei aqui para o Pedro como ele para mim.
– E o que é que tem descoberto em si durante esta nova fase?
– Tenho descoberto várias coisas. Estou a redescobrir o que é estar de novo só com a Francisca… E tenho feito as minhas coisas sem aqueles horários de quando estamos com outra pessoa. É uma fase de reencontro, em que parei e pensei naquilo que quero para mim e o que é que me faz feliz.
– E perdeu alguma esperança em relação ao amor?
– Não perdi nenhuma esperança em relação ao amor, muito pelo contrário. Os relacionamentos são uma aprendizagem e permitem-nos saber o que é que realmente queremos de outra pessoa. Namorar faz-nos bem e o facto de ter tido outras relações permite-me saber muito bem aquilo que não quero. É óbvio que, por outro lado, fico triste no sentido em que não existem aquelas relações duradouras que imagino. E ainda é isso que procuro. Uma relação para o resto da vida seria o meu ideal. E vou continuar a acreditar nisso.
– E é verdade que namora com o advogado Nuno Almas?
– O Nuno é uma pessoa que está a ser muito especial nesta fase da minha vida. E estamos a conhecer-nos. Ainda é tudo muito recente para perceber se é a pessoa certa para mim ou não. E eu também estou mais exigente. [risos]
– E está feliz?
– Estou muito feliz.
– E já sabe o que é que procura num companheiro?
– Isso sei! Uma relação é uma coisa a dois. E, além da paixão, do lado físico, tem de haver um grande companheirismo e temos de gostar das mesmas coisas. Tem de ser alguém com quem vá viajar e me divirta. Tem de ser um bom amigo. E temos de ser leais, haver confiança e nenhum dos dois pode deixar de ser ele próprio. E, apesar de juntos, cada um tem de ter o seu caminho. Claro que existem cedências, mas isso são nas coisas do dia-a-dia e não de personalidade ou de maneiras de estar na vida.
– Sente que no seu casamento perdeu a sua individualidade?
– Sinto que não éramos felizes o suficiente, porque estávamos sempre a tentar agradar ao outro, por isso, um de nós não estava inteiramente bem. E o amor não é isso. Temos de nos sentir bem e felizes.
– Os 30 trouxeram mesmo uma mudança na sua vida…
– Para mim, foi! E é giro que sempre ouvi isso e de repente aos 30 acontecem imensas coisas na nossa vida e a nossa segurança também é outra. Eu sou quem sou e não tenho nada a perder, posso dizer o que acho e a minha opinião é válida. Ficamos mais fortes. Continuo a ter as minhas inseguranças, quero sempre fazer melhor e sou exigente comigo. Agora, a nível de decisões e objectivos, não foi só aos 30. Tive de crescer depressa. Sou muito independente a todos os níveis, até desprendida. E pode parecer falta de atenção, mas não é. É apenas a minha forma de ser.