A música faz parte da sua vida praticamente desde que nasceu, já que é filha de dois músicos, Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, e a primeira vez que brilhou nas cantigas foi num Festival da Canção. A representação, essa, é uma paixão mais recente, que começou a levar mais a sério desde que, há meia dúzia de anos, a desafiaram para fazer novelas. Depois disso, Lúcia Moniz andou por Hollywood, onde participou no filme O Amor Acontece e, entre outras coisas, entrou, também, numa longa-metragem britânica. O ano passado, estreou-se no teatro numa das maiores produções de sempre de Filipe La Féria, Música no Coração. Agora, a actriz, de 31 anos, prepara-se para repetir a proeza em West Side Story, ao mesmo tempo que grava também uma nova novela. Mas foi a pretexto do musical, que estreia a 14 de Novembro no Teatro Politeama, que a CARAS marcou encontro com a actriz. – Este é o segundo musical que faz e sob a encenação de Filipe La Féria…- Não houve um convite formal, foi mais uma conversa de amigos em que veio à baila este musical. Eu arregalei muito os olhos… porque considero este musical magnífico. É um conjunto do que há de melhor de música, dança e personagens. – Vai dar vida a Anita, uma porto-riquenha cheia de vida e muito sensual. É uma personagem completamente diferente daquilo que tem feito até hoje…- É uma coisa que nunca fiz, é verdade. E por isso é muito especial. A Anita é uma mulher com muita força e com uma autoconfiança imbatível, muito segura de si mesma. É também muito vaidosa, sensual, atraente… e sabe que o é, que dá nas vistas."O tempo para as pessoas mais importantes da minha vida é agora menor, mas não de menor qualidade." – A Lúcia também se vê assim?- Não. – Não se acha uma mulher sensual, vistosa?- Nada. Não me acho de todo uma mulher sensual. Hoje estou vestida de Anita, isto é um boneco. Não digo que ela seja o oposto de mim, um contraste total, mas há muitas coisas que não têm nada que ver comigo e que eu tenho de explorar para as viver em palco. – Ainda assim, passa a imagem de ser uma mulher segura de si mesma…- Ainda bem. [risos] Faço por isso, claro, mas não sou. E está a ser um desafio muito interessante desempenhar este papel. Acho que até estou a aprender algumas lições com esta Anita. É um papel muito difícil, com muito rigor, seja de postura, de comportamento… Está a ser um trabalho muito duro, mas que dará com certeza bons frutos. – Que lições são essas que disse estar a aprender?- Não interessa… mas está a fazer-me bem. Estou a gostar imenso de ter esta responsabilidade nas mãos e de assumir um papel destes. – É um papel que puxa muito por si, tanto a nível físico como emocional…- Sem dúvida. Este papel é muito forte. O primeiro acto é cheio de vida, optimismo… O segundo tem uma carga mais dramática e emocionalmente mais delicada. Há de tudo. E a nível físico também puxa imenso. Mas não sou só eu, somos todos a ‘dar o litro’ na dança e no exercício físico diário."Considero-me uma pessoa privilegiada. Faço aquilo de que gosto." – E que tal se está a sair?- O melhor possível, e disso tenho a certeza. Não digo que esteja a brilhar, ainda não, mas estou a fazer por isso. – Já tinha o hábito de fazer ginástica ou isto foi mesmo um ‘choque’?- Não tinha, não. Mas estou a gostar muito e está a fazer-me muito bem. Junto o trabalho à necessidade de ir ao ginásio. É fantástico. – É uma actriz completa. Já fez cinema, televisão e teatro…- Não acho que seja completa. Por exemplo, uma das coisas de que sinto falta na representação é a experiência no lado de comédia. E isso é uma coisa que estou a explorar nesta personagem. Não me está a ser nada fácil e ainda sinto que não encontrei bem o caminho, que estou num piso meio escorregadio… mas sinto-me bem rodeada de gente que sabe como se faz. – Contudo, e além disso, ainda canta e dança… Pelo menos sente-se uma privilegiada?- Isso, sim. Considero-me uma pessoa privilegiada e ainda bem que consegui ter uma infância rodeada de música, de cantar com os meus pais, de ir para uma escola de música, desenvolver o canto, de ter tido oportunidade de representar e de fazer aquilo de que gosto. Faço mesmo aquilo de que gosto. – Mas de todas essas coisas, qual é a que prefere?- Tudo. E neste momento estou a pôr em prática tudo aquilo que gosto de fazer, porque também gosto de dançar. Não que dance bem, mas gosto. Este é o papel perfeito, por isso."Estou a pôr em prática tudo aquilo que gosto de fazer, porque também gosto de dançar. Este é o papel perfeito, por isso." – Neste momento está a fazer um musical, uma novela e está a passar na RTP2 um programa apresentado por si… Não acha que trabalha demais? Não se sente cansada?- Neste momento sinto que há um desgaste. Mas nesta profissão ou se trabalha demais, ou então não se trabalha. Portanto, eu penso: se as propostas são aliciantes ou se nos concretizam sonhos, objectivos ou nos fazem enriquecer de que forma for, acho que se deve aproveitar. Porque nesta profissão, não se sabe o dia de amanhã. E antes cansada de trabalhar do que cansada de não trabalhar. O tempo que deixo de passar com as pessoas mais importantes da minha vida é menor, sem dúvida, mas não é de menor qualidade. – Como o tempo que passa com a sua filha?- Passo menos tempo com a Júlia agora, mas com toda a certeza afirmo que o pouco tempo que passo com ela é de muita qualidade. – Não a leva às vezes aos ensaios ou às gravações?- Por acaso não a tenho trazido. Até porque ela tem a escola, e acho que está mais bem inserida lá, com os seus amigos. Lá diverte-se mais e o tempo passa mais depressa, embora ache que ela teria algum gozo em ver-me dançar… É possível que a traga um dia destes a um ensaio. – Quando chega a casa ainda vai a tempo de lhe dar um beijinho de boa noite?- Sempre. Quando chego a casa, vou sempre dar-lhe um beijinho e às vezes canto-lhe uma canção. – Ela espera por si acordada?- Não, nem eu deixava. É muito tarde. Ela tem o horário dela. Mas no tempo que passamos juntas divertimo-nos imenso, conversamos muito e confessamos o quanto gostamos muito uma da outra. – Não sente que está a perder alguma parte importante do crescimento dela?- Não. Eu cresci assim também e sou feliz e dou-me muito bem com os meus pais, tenho uma ligação fortíssima com eles. – E tempo para o seu namorado, o actor Bernardo Mendonça, tem?- Claro. Como referi, o tempo para as pessoas mais importantes da minha vida é menor, mas não é de menor qualidade. Está tudo a correr muito bem.
Lúcia Moniz: “Não me acho de todo uma mulher sensual”
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