A rainha Margarida da Dinamarca aceitou dar uma entrevista à revista dinamarquesa ALT, na qual falou sobre um dos episódios mais difíceis da sua vida, a morte do pai, o rei Frederico IX, em janeiro de 1972, quando ela tinha 31 anos.
Naquela época, o monarca tinha 71 anos e nada faria prever o trágico desenlace que esta história viria a ter. “O meu pai adoeceu com uma pneumonia na noite de ano novo, depois de ter feito o discurso de 31 de dezembro, de 1971. Foi internado no Hospital Municipal de Copenhaga quando o seu coração começou a falhar e nós percebemos que se tratava de um assunto sério”, começou por contar a rainha, que explicou depois como se desenrolou o dia seguinte.
“Naquele momento tivemos o pequeno almoço de ano novo e também o jantar e tive que representar o meu pai como chefe de família. Lembro-me claramente de pensar que esta não seria a única ocasião em que ia representá-lo e não me enganei, porque ele faleceu 14 dias mais tarde”, continuou.
“Despedimo-nos dele no Hospital Municipal e regressei ao palácio de Amalienborg, onde o tenente da guarda real, o comandante e um oficial trouxeram as bandeiras reais da parte do castelo pertencente aos meus pais, cruzando a praça e levando-as para os meus aposentos, como um sinal visível da que o peso de reinar era a partir daquele momento meu”, continuou.
Durante a entrevista a monarca não escondeu aquilo que sentia e de como encarou aquele momento, não só a nível pessoal como também institucional. “Em muitos sentidos foi uma situação de muita emoção. Estava afetada pela dor e acabava de me despedir do meu pai e uma hora mais tarde recebi as bandeiras e ganhei consciência de que tinha chegado o momento de dar um passo em frente”, explicou ainda, a rainha.
De recordar que Frederico IX nasceu a 11 de março de 1899 e reinou desde 20 de abril de 1947 até à data da sua morte, a 14 de janeiro de 1972. No dia seguinte, a filha mais velha do rei foi proclamada rainha, sob o nome de Margarida II da Dinamarca, numa cerimónia que decorreu no castelo de Christiansborg, presidida pelo então primeiro-ministro dinamarquês, Jens Otto Krag.