Os tempos difíceis que se vivem um pouco por todo o lado têm feito com que as casas reais da Europa adotem uma postura de contenção económica. Além disso, são cada vez mais os países que exigem que a monarquia siga os princípios da transparência e que se modernize. Conheça algumas das medidas já tomadas pela realeza europeia.
Casa Real de Espanha
Política de Transparência
Ao contrário do que acontece com a maioria das casas reais europeias, as contas da casa real espanhola não são controladas pelo Tribunal de Contas nem são divulgadas publicamente. Porém, devido à época de crise que se vive, mas, essencialmente, por causa do escândalo que envolve Iñaki Urdangarín, marido da infanta Cristina, a Casa do Rei divulgou este ano pela primeira vez as finanças da família real.
Em 2011, o Estado espanhol destinou à casa real um total de 8,43 milhões de euros que o rei Juan Carlos tem de gerir. Segundo a Constituição Espanhola, o rei pode distribuir livremente esse dinheiro, destinado a pagar os custos de funcionamento e de pessoal, assim como ao sustento da família real.
No âmbito das medidas de austeridade aprovadas pelo Governo espanhol, o orçamento da casa real vai sofrer em 2012 um corte de cerca de 5% e os salários dos membros da família real e de todos os funcionários uma redução de 15%.
Mudanças de Representação
O escândalo que envolve Iñaki Urdangarín e a infanta Cristina levou à primeira mudança de representação institucional na casa real espanhola, uma vez que o duque de Palma foi afastado dos atos oficiais da família real. Também a sua mulher, a infanta Cristina tem vindo a particpar cada vez menos em atos oficiais, desde que se mudaram para Washington, em agosto de 2009, e agora ainda menos devido à sua ligação a este escândalo, ainda que de maneira indireta.
Desde a separação de Elena e de Jaime de Marichalar, em novembro de 2007, que a infanta tem particpado em cada vez menos atos oficiais, à semelhança da irmã Cristina. A família real espanhola tem sido representada sobretudo pelos reis Juan Carlos e Sofía, os príncipes das Astúrias, Felipe e Letizia, e as filhas destes, Leonor e Sofía.
Ao que tudo indica, já estava nos planos fazer o mesmo que acontece noutras casas reais europeias e deixar a representação oficial a cargo dos primeiros na linha de sucessão ao trono a partir de 2012, mas o processo terá sido acelerado com o envolvimento de Iñaki Urdangarín no processo de fraude.
De acordo com o comunicado da Casa do Rei, o facto de as infantas passarem a ter um papel secundário implica que deixem de receber “gastos de representação”. No entanto, não está previsto que percam os seus títulos ou que renunciem ao trono.
As reformas das casas reais europeias – Espanha
Os tempos mudam e a realeza vai-se adaptando. Conheça as alterações que as casas reais têm feito para responder às exigências de transparência, austeridade e modernização nos diferentes países da Europa.
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