Rodrigo Herédia – Como
apareceu o surf na tua vida?
Francisco Mendes – Eu vivi e
cresci no Meco, junto ao mar, e sempre tive contacto com o bodyboard e com o
surf. A primeira vez que comecei a ver o surf de forma mais intensa foi quando
fui para a Costa Vicentina e conheci o pessoal da Escola de Surf do Litoral
Alentejano (ESLA), nomeadamente o Flávio e o Hélio, que se tornaram grandes
amigos meus. Desde essa altura – já lá vão uns 10 anos –comecei a levar o surf
mais a sério, embora sempre tenha tido contacto com a modalidade desde miúdo.
Qual a tua opinião sobre o Capítulo Perfeito e o modelo de convites por
votos do público?
– Este evento revela que há pessoas em Portugal que pensam o surf e este
estilo de vida de uma forma muito interessante e séria. Só vem provar que nós,
portugueses, sabemos promover muito bem o nosso país, mais especificamente as
nossas praias e a indústria do surf. Quanto ao evento em si, a ideia não podia
ser melhor porque envolve todas as pessoas, não só da comunidade do surf mas também
de fora, pessoas que lentamente começam a ficar curiosas em relação ao surf e
querem saber quem são os surfistas escolhidos pelo público para participar
nesta prova especial. É um evento transversal e abrangente, que traz muita
exposição para os nossos surfistas e para as nossas ondas, o que é ótimo para a
modalidade.
Na tua vida profissional, estiveste e estás ligado a um programa de música
na RTP, mas recentemente foste convidado a comentar a transmissão em direto do
Circuito Mundial de Surf na FUEL TV. Como foi essa experiência?
– Tem sido uma experiência muito interessante. Confesso que a minha
principal preocupação é comunicar o surf enquanto entretenimento e não na sua
vertente técnica. Não sou assim tão especialista! (risos) Acho muito
interessante convidarem surfistas, juízes, atletas e demais figuras do surf
nacional para comentarem este tipo de campeonatos, o que acaba por enriquecer
ainda mais o conteúdo das transmissões. Resumindo, foi uma experiência muito
agradável que
adorava repetir. É uma
coisa que me dá imenso prazer fazer e acho que ainda tenho uma grande margem de
progressão nesta área.
Em que praias te podemos encontrar?
– Surfo muito na Costa da Caparica durante a semana, quando tenho um
intervalo entre as gravações. Também costumo ir para Peniche, onde tenho amigos
que me sabem receber muito bem. Mas sempre que posso vou lá para baixo, para a
zona de São Torpes, na Costa Vicentina. Costumo surfar nos Aivados, no Malhão,
na Arrifana e em mais dois ou três spots que não revelo para não atrair
muita gente! (risos)
Qual a onda que mais gostavas de surfar?
– Posso dizer que a onda que mais gostei de surfar na vida foi a onda da
Fajã de Santo Cristo. Primeiro, porque é um sítio paradisíaco e de uma energia
incrível; depois, porque tive a sorte de apanhar um swell muito bom, em que as
ondas estavam perfeitas, muito compridas e com muita parede para eu poder
melhorar o meu surf. Agora, o sítio onde mais gostava de surfar? Talvez a
Indonésia. Nunca lá fui e gostava de experimentar uma daquelas ondas mais
agressivas. Acho que já está na altura de fazer isso.