As pinceladas certeiras e cheias de personalidade que Ann-Kristin Wenzel pôs na tela que pintou para esta produção revelam a tenacidade e a elegância de quem sabe exatamente o que quer. Na verdade, é essa elegância e explosão de cores, mas também de sabores, que quer transmitir nos seus pratos, que são verdadeiras obras de arte. A chef e foodstylist dinamarquesa veio para Portugal com 12 anos, devido à profissão do pai – na altura comandante da marinha em funções na NATO –, e por cá decidiu ficar, mesmo quando, tinha então 18 anos, os pais se mudaram para a Suécia. Trabalhou como manequim, mas foi à boleia do programa Masterchef Portugal que encontrou a sua verdadeira essência.
Aos 29 anos, Ann-Kristin é uma mulher realizada e feliz e, apesar de a vida lhe ter pregado uma partida com a morte da mãe, Lene, há quatro meses, é de cabeça erguida que encara as dificuldades e os desafios que lhe surgem pela frente.
– Começou por trabalhar como manequim. Conseguiu dar tudo o que tinha nessa área?
Ann-Kristin – Fiz moda dos 15 aos 23 anos e gostei muito, porque me ajudou a melhorar aspetos menos bons, como a minha timidez. Mas na moda era um produto e sentia que tinha mais alguma coisa para dar, falar, entreter as pessoas, fazê-las rir, sentirem-se confortáveis, por isso é que mudei.
– E entretanto descobriu que cozinhar é a sua verdadeira paixão…
– Sinto-me mais realizada como chef do que como manequim. Consigo dar mais de mim e expressar mais coisas. Não é cozinhar em si que me satisfaz mais, mas sim o retorno. Deixar as pessoas a sorrir com a minha comida é o que me faz feliz e me dá vontade de continuar.
– Ter participado num concurso de culinária facilitou-lhe o caminho?
– Na verdade, foi um bocadinho difícil livrar-me do rótulo de ex-concorrente do Masterchef Portugal. Depois de um programa desta dimensão, é preciso trabalhar muito. Não tinha o intuito de ser cozinheira, não pensava fazer carreira, mas se eu quero muito uma coisa vou atrás dela. E quero ser respeitada como cozinheira.
Uma entrevista para ler na íntegra na edição 1253da revista CARAS.