Branca Cuvier é cor. Na vida e na arte. E até no nome. Nela coabitam a vontade de criar e de traduzir nas suas peças a mensagem que a faz pintar e desenhar e o amor imenso pelos filhos, Bartolomeu, de cinco anos, e Mercedes, de quatro meses, e pelo marido, Francisco Nogueira, que a torna uma mulher carinhosa, criativa, presente e disponível. No seu ADN corre-lhe a criatividade da mãe, a pintora Joana Rosa, e da avó, a artista plástica Helena Almeida, que morreu em setembro passado. “Este ano o Natal vai ser muito diferente, porque a minha avó não está cá. Ela era o pilar da família. Mas sinto que se espalhou por todos nós”, confidenciou na tarde em que abriu as portas de sua casa à CARAS.
– Hoje vive o sonho que sempre quis: concilia na perfeição a sua atividade artística com uma vida familiar funcional…
Branca Cuvier – Neste momento estou muito bem, sim, com o desenho, a pintura, os meus filhos… Estou basicamente a viver um sonho, sim.
– Em que medida é que se encontra no seu trabalho e como mãe e mulher?
– Acho que sou bastante metódica nos dois lados. Programo a hora a que vou buscar os meus filhos, porque depois quero fazer algo com eles, e aí já não há regras, não há controlo. E no meu trabalho é a mesma coisa. Não consigo ver uma grande diferença entre um lado e outro.
– Encontrou a sua liberdade…
– Exatamente. Sou uma base, que é sempre a mesma, e depois tenho vários prolongamentos. Não tenho que ser várias pessoas, sinto-me bastante mais ligada a mim própria e a uma base mais fixa, que depois se expande. E isso é ótimo e dá muito menos trabalho. Reconheço que é um luxo.