Apaixonada pela profissão que escolheu, Rita Pereira gosta de se entregar por inteiro às personagens a que dá vida. A gravar a terceira temporada de A Única Mulher, onde interpreta a bailarina Luena, a atriz, de 34 anos, reconhece alguns sinais de cansaço, fruto de 20 meses consecutivos de gravações, mas recusa-se a baixar os braços. Quando a novela chegar ao fim, tenciona fazer uma longa pausa e viajar, muito. Até lá, tenta aproveitar ao máximo cada minuto do seu tempo livre, dedicando-se a algumas das suas paixões: a dança, a música, o desporto e a fotografia. A CARAS marcou encontro com a atriz em Cannes, França, onde esteve na qualidade de embaixadora da Magnum, e ficámos a conhecer um pouco melhor a Rita enquanto mulher, filha e namorada. No final do encontro, a atriz admitiu que ser mãe é um sonho que poderá concretizar em breve ao lado do namorado, o francês Guillaume Lalung, com quem tem vivido momentos únicos nos últimos dois anos e que tem já um filho, de cinco anos.
– Tem muitos seguidores nas redes sociais e sei que vai lendo todos os comentários. Consegue criar uma barreira de modo a não ficar incomodada com tudo o que se escreve?
Rita Pereira – Sim, criei essa uma barreira há já muitos anos e sinto-me tranquila. Não quero chegar aos comentários e ler só que estou linda e maravilhosa. Gosto de saber a opinião de todas as pessoas.
– Após 20 meses consecutivos de gravações, do que é que sente mais falta?
– Sinto falta de descansar o cérebro da memorização diária de textos. Há cinco meses demorava uma hora para decorar seis páginas de texto, agora preciso de uma hora e meia, o que denota que o meu cérebro está a ficar cansado. Quando chego a casa depois de 12 horas de gravações, além de passar mais uma hora e meia a decorar textos, ainda tenho de estudar as cenas, saber de onde é que venho, para onde vou, que cena gravei antes, qual é o meu estado de espírito, com quem é que estive a conversar, em que ambientes estive, e isto é o que demora mais tempo a fazer.
– Esses horários também a impedem de ir ao ginásio tantas vezes quanto gostaria?
– É verdade. Gosto de ir três a quatro vezes por semana, no mínimo, e não tenho conseguido. Não pelo cansaço físico, porque fisicamente sinto-me bem, mas pelo lado psicológico. Depois de chegar a casa e decorar os textos, não me apetece levantar do sofá ou da cama para ir treinar. É preciso muita força de vontade para ir ao ginásio.
– Tem algum truque que a faça sentir-se bem nos dias em que acorda mal disposta?
– A música, sempre.
– Ouvir música ou cantar?
– Ouvir música enquanto danço.
– O que é que gosta de ouvir?
– R&B, jazz e, de vez em quando, para animar, também gosto de ouvir música mais comercial e afro-house.
– Tem algum lema de vida?
– A maturidade vai mudando um pouco a forma como olhamos para as coisas, a prioridade que damos a determinadas situações. E há algum tempo que o meu lema é aproveitar a vida enquanto estou viva e não deixar para amanhã o que posso fazer agora. Não gosto de ficar em casa sabendo que posso estar a viajar ou ir a um museu, ver uma exposição ou uma peça de teatro.
– Isso tem a ver com a perda de dois grandes amigos [Angélico Vieira e Rodrigo Menezes] que morreram prematuramente?
– Sim.
– Fê-la repensar prioridades?
– Sem dúvida.
– O que é que mais gosta ou valoriza nas pessoas?
– Admiro muito a autoconfiança, porque é a base para muitas coisas: para seres uma melhor mãe, uma melhor trabalhadora, uma melhor pessoa, para ajudares os outros.
– Que defeito é mais fácil perdoar?
– A ingenuidade.
– Um dom natural que gostasse de ter?
– Adorava saber cantar.
– Qual é a sua maior qualidade?
– Prefiro que sejam os outros a falar das minhas qualidades, eu não consigo. Se calhar para ti tenho uma qualidade, para o meu namorado outra e para os meus pais, outras ainda.
– Depende dos olhos de quem a vê?
– Exatamente.
– E o maior defeito, consegue assinalar?
– Defeitos consigo mais facilmente. Ser desconfiada ao ponto de parecer, aos olhos de quem não me conhece, uma pessoa que não sou. Foi a minha irmã quem me disse isto há pouco tempo.
– A irmã em quem confia cegamente?
– Sim, a cem por cento. E quando ela me disse isso, comecei a pensar no assunto. Não vivo para me alimentarem o ego nem para me rodear de pessoas que estejam constantemente a dizer que sou linda, que estou o máximo, ou que tudo o que visto é incrível. Não. Gosto de ter à minha volta pessoas como a minha irmã, que me abram os olhos e me digam as verdades, como essa de ser tão desconfiada.
– Isso terá a ver com defesas que criou para se defender?
– Exatamente. E ela sabe disso. Mas quem não me conhece não sabe, e eu acabo por ser prejudicada pela minha desconfiança constante das pessoas e das suas intenções.
– Tem-se esforçado por baixar a guarda?
– Sim, tenho trabalhado para isso.
– Considera-se uma pessoa tolerante?
– Tenho-me tornado mais tolerante com o passar os anos, mas não era muito.
– A sua família consegue lidar bem com a sua exposição pública? Ir a um centro comercial com eles, por exemplo, deve ser impossível…
– Os meus pais e a minha irmã já se habituaram. São 15 anos. A minha irmã, por exemplo, recusa-se a ir comigo ao shopping, diz que não quer estar a conversar com o ar. Almoçar num shopping a um sábado é completamente impensável: sei que vou comer a comida fria pois sou interrompida inúmeras vezes, seja para tirar fotografias ou para me dizerem algumas palavras. Não é uma coisa que leve a mal. É um lado da fama ao qual já me habituei. E os meus pais foram educados a viver e a lidar com esta minha exposição, ajudando-me a relativizar as coisas quando não são importantes. Tenho muita sorte com a minha família, e tenho a noção disso. Principalmente quando olho à minha volta e vejo histórias mais tristes.
– Na última entrevista que deu à CARAS dizia que mais depressa teria um filho do que se casava. Continua a pensar da mesma forma?
– Sim, e cada vez mais acredito nisso, porque um casamento dá imenso trabalho a organizar e fazer um filho é super rápido [risos]. Tenho amigas que se casaram ou que estão para se casar e que quase entram em depressão com a organização do casamento. Portanto, resolvi pôr isso de lado, porque não me apetece passar por toda essa pressão. Acho que prefiro ter um bebé do que organizar um casamento.
– Sente, portanto, o apelo da maternidade?
– Acho que estou preparada para ser mãe desde os 20 anos. O meu pai e a minha irmã são professores, a minha mãe é educadora de infância, portanto, cresci rodeada de crianças. Gosto de conversar com elas e de ouvir a opinião delas, sempre pura e verdadeira.
– E gostava de ter vários filhos?
– Claro que gostava. Se pudesse despachar logo dois na primeira gravidez era espetacular. Mas, como não tenho casos de gémeos na família, acho que isso não vai acontecer. Gostava de ter, pelo menos, dois ou três filhos.
– Já falou certamente com o Guillaume sobre este assunto. Sente que ele tem vontade de voltar a ser pai?
– Tem.
– Ele mora lá e a Rita cá?
– Não, neste momento ele mora muito mais cá do que lá. Faz temporadas.
– Porque a vida profissional dele o permite?
– Sim, através de e-mail.
– Já me disse que ele afinal não é produtor como se tem escrito. Não quer explicar qual é a ocupação profissional dele?
– Não, prefiro não dizer.
– Bom, mesmo passando ele algum tempo fora, conseguem estar muito tempo juntos?
– Sim. Mas acho saudável termos momentos de afastamento. Eu gosto de ter um namorado estrangeiro, porque as saudades e a vontade de estarmos juntos é sempre constante. Nunca nos cansamos.
– Quer dizer que um dia destes vamos ver as suas formas físicas mudarem um bocadinho?
– Sim, claro que sim.
– Não vai adiar?
– Eu adorava ser uma Carolina Patrocínio no que diz respeito à gravidez, mas, como sei que isso não vai acontecer, porque a minha mãe engordou 30 quilos com cada uma das filhas e geralmente nós somos iguais às nossas mães, vou ser uma pequena bola com uma bolinha lá dentro.
– Se as gravações terminarem em agosto…
– Não tenho data para planear um bebé. Mas enquanto estiver a gravar não vai acontecer de certeza absoluta.
Rita Pereira revela: “Estou preparada para ser mãe”
Aos 34 anos, a atriz parece estar a viver um dos melhores momentos da sua vida. Realizada a nível profissional, Rita sonha agora concretizar o desejo de ser mãe ao lado de Guillaume Lalung, com quem namora há cerca de dois anos.
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