Hoje, Dia Mundial da Trissomia 21, Eduardo Beauté decidiu partilhar com os fãs um texto emotivo em que fala com emoção da experiência de ser pai de uma criança que nasceu com um cromossoma a mais, o pequeno Bernardo, de quatro anos.
“Há algum tempo escrevi que ter um filho com T21 ou ser pai de um filho com T21 tem diferença e duas pessoas me mandaram mensagens a dizer, “não; é a mesma coisa e que eu estava a querer “fazer chover no molhado”. Reitero dizendo que são coisas bem diferentes, não fosse uma ordem bem simples. Qualquer progenitor nas funções de reprodução pode ter um filho T21. Conheço alguns que tiveram filhos com T21 e esqueceram que 50% da dos cromossomas herdados pelo filho vieram do Pai e os outros 50% da Mãe. Ao “esquecer” atribuíram a culpa a alguém ou alguma coisa e abandonaram a mãe e o filho. Assim, repito, qualquer homem progenitor pode ter um filho com T21.
Agora, ser pai de uma criança com T21 é muito mais do que trazer o filho ao mundo. Ser pai de uma criança com T21 é ter a oportunidade de exercitar, permanentemente, as reações/sentimentos que mais contribuem para o equilíbrio do ser humano como a fé, o amor aos filhos e à família, a compreensão, a tolerância, a paciência, a dedicação, a persistência, a alegria, a necessidade permanente de proteger, porque essas crianças são “Anjos”, são “espíritos” que estão aqui por um propósito. Nós não sabemos esse propósito mas vamos perseguindo-o sem saber. Somos guiados para ações que nos proporcionam momentos de reflexão até então inimagináveis. E são momentos únicos, sem nenhuma rotina porque sempre essas crianças sempre nos apresentam um fato novo.
Gostaria de ter o dom de influenciar ou, como num passe de magia, fazer um movimento e mudar o comportamento dos pais. Conheci um pai que abandonou a mãe com o seu filho com T21. Deve ter muitos mais por esse mundo fora. E o pior, colocando a culpa nas mães, quando até hoje não há uma causa específica. Sendo um problema genético pode acontecer em qualquer família.
Somos regrados por um princípio criador e todos temos uma missão. Nada acontece por acaso. Todos os dias recebemos avisos, sinais sobre a nossa tarefa nesse plano. Muitos não têm a sensibilidade para perceber. Ocorre que, não cumprida neste ciclo, a evolução espiritual da pessoa será arremessada para novas oportunidades até se completar. O mais certo é que irá completar-se. Portanto, mais uma vez, precisamos apenas de não olharmos ao nosso redor com a razão e sim, colocar o coração.”