Foi em Verona, cidade do amor, que, dois meses depois de ter anunciado a sua separação de Pedro Teixeira, Cláudia Vieira falou pela primeira vez do fim da relação. A viver uma fase de descoberta e até de conhecimento, foi com os olhos bem abertos que a atriz passeou pela cidade italiana a convite da Calzedonia, marca da qual é embaixadora.
– É a primeira vez que vem a Verona?
Cláudia Vieira – Sim e estou encantada. Tinham-me descrito a cidade como um local pequeno, mágico e muito bonito e é isso mesmo. Em todo o lado há recantos maravilhosos.
– Foi convidada como embaixadora da Calzedonia. Sente-se orgulhosa?
– Muito, é uma marca com que me identifico e já era cliente. Tem uma forma de comunicar que me agrada e acho que deve haver cuidado com as marcas a que escolhemos associar-nos, já que estamos a assumir uma preferência.
– Terminou as gravações de Sol de Inverno. Há projetos ou o objetivo agora é descansar?
– Há projetos, mas nada que possa confirmar com exatidão. Não tenho necessidade de descansar, pois o projeto não foi especialmente exigente e até pude fazer pontualmente outras coisas interessantes. Preferia fazer pequenas férias, de uma, duas semanas, e um projeto que o permitisse seria muito interessante.
– Em ocasiões como esta, em que se ausenta de Lisboa, há uma preocupação em estar sempre a par do que se passa com a Maria [a filha, de quatro anos]? As saudades são muitas?
– Sim, por mais que tenha sido pouco tempo, não gosto de me afastar da minha filha, mas faço-o com alguma leveza, pois desde bebé que me habituei a deixá-la. Sei que estando com o pai, os avós e os tios tudo corre bem. Estes dias fica lá um pouco de mim e custa-me mais quando está doente, como é o caso, pois está com escarlatina. A minha maior função é ser mãe e parece que estou a abdicar disso nestas ocasiões, mas outros valores se levantam.
– A Maria entende que está a viver uma nova fase com a separação dos pais?
– Sim, eles são mais astutos do que possamos imaginar, mas também tivemos o cuidado de falar com a Maria. Não fazia sentido ela ir-se apercebendo e tirando conclusões sozinha. A família tem a obrigação de dar estabilidade e verdade, mesmo nesta idade. É muito importante ela saber que o pai e a mãe já não estão juntos enquanto casal. Explicámos tudo de uma forma tranquila e serena, sem carga nenhuma, como se fosse a coisa mais normal desta vida, o que na verdade também não deixa de o ser. Desde que ela esteja bem, nós também estamos, e estamos sempre totalmente em concordância sobre o que é melhor para ela. Por isso, está tudo a correr bem.
– E é fácil lidar com os momentos em que não pode estar com a Maria porque ela está com o pai?
– Sim. Ainda não definimos o tempo do pai e da mãe, até porque as nossas vidas não o permitem. Esta instabilidade de horários é um bocadinho difícil e inevitavelmente ela acaba por passar mais tempo comigo. O Pedro arranja sempre uma ou duas noites por semana para estar com ela e terem tempo a dois, até porque ele não abdica de estar com a filha e eu fico muito feliz por isso.
– Sempre projetaram a imagem do casal perfeito e a vossa separação foi um choque para muita gente…
– As pessoas acharam que nos tínhamos separado de um dia para o outro, mas não foi assim. Foi bastante pensado, questionado, fomos lutando para vencer enquanto casal, pois era importante para nós, já que valorizamos a família e temos consciência de que não se toma uma decisão destas de ânimo leve. Quando lançámos o comunicado, já tínhamos muitas certezas de que era isso que queríamos para as nossas vidas e que era o necessário para nos sentirmos melhores. Foi uma opção que chocou muita gente, já que as pessoas sempre torceram para que déssemos certo, mas também nunca foi falso o que as pessoas consideravam o casal perfeito… Tínhamos os nossos problemas, mas também é sempre mais fácil expor o lado bom e sempre tentámos preservar ao máximo a nossa intimidade. Claro que não falávamos publicamente dos problemas, mas eles existiram… Realmente tivemos uma relação muito perfeita e que funcionou muito bem, com um respeito muito grande pela liberdade de cada um, um apoio na carreira de cada um. As coisas funcionavam… Éramos muito apaixonados e alimentávamos muito esse amor, mas as pessoas crescem e vão-se tornando diferentes, começam a achar que precisam de outras coisas e foi um pouco disso tudo que aconteceu.
– Entristece-a que se tenha dito logo que a vossa separação se deveu a terceiros?
– Não era nada que não calculássemos. É muito mais fácil para quem sempre nos viu como amigos, cúmplices e amantes, acreditar que a nossa separação se deve a uma terceira pessoa. É o óbvio da questão. Incomoda-me um pouco, mas ambos sabemos o motivo da nossa separação e por isso estamos muito bem resolvidos e damo-nos bem.
– Com o Dança com as Estrelas, o Pedro passou a ter outra notoriedade e a ser considerado um sex symbol. Essa mudança terá tido influência?
– O Pedro foi sempre muito acarinhado e fez projetos muito interessantes. É verdade que foi um momento de viragem, mas acho que foi uma coincidência. Acho que o Pedro está a saber lidar com este momento bom de carreira e eu sempre o apoiei nisso, como continuo a apoiar.
– Esteve ou está a passar pela chamada fase de luto?
– Estou a atravessar uma fase nova, de mudança, de descoberta enquanto mulher. Mas a fase do luto e de tentar perceber o que correu mal já foi ultrapassada. Aliás, acho que foi acontecendo durante o momento da decisão. Como referi, isto arrastou-se durante meses, pois acreditávamos que o distanciamento entre nós era uma fase e depois, na altura em que ainda estávamos juntos mas já separados, fez-me analisar tudo. Uma separação nunca é fácil, vivi nove anos da minha vida com uma pessoa e de repente tudo muda. O Pedro não vai deixar de fazer parte da minha vida, pois temos a Maria, mas já não faz parte do meu dia-a-dia e isso é uma alteração muito grande.
– Foi uma decisão comum?
– Totalmente. Não foi nem mais minha nem mais dele. Foi acontecendo…
– Acredita que esta separação a tornará mais próxima da Maria, pois não tem de dividir atenções?
– Estamos realmente mais próximas, mas acho que tem a ver com o crescimento dela. Acho que vamos ser grandes amigas, muito cúmplices e é incrível como uma criança daquela idade já tem o cuidado de perceber se a mãe e o pai estão bem. Muitas vezes ela questionava isso… Agora, tivemos sempre o cuidado de estar bem em frente à Maria, em momento algum ela se apercebeu do mal estar entre os pais.
– Mesmo nos piores momentos, tiveram o cuidado de manter o respeito entre ambos…
– Sempre. Acho que a nossa infância nos marca muito para o futuro e claro que não decidimos separar-nos nesta fase porque era a melhor altura, mas a verdade é que até aos três anos os laços ainda não estão totalmente definidos e a partir dos quatro anos eles ficam com um sentimento de culpa muito grande. Então, acho que, para o bem e para o mal, aconteceu na altura certa.
– Também saíram notícias de que o Pedro estaria a tentar uma reaproximação. Há essa possibilidade?
– Não… Diria que ninguém sabe o futuro e nunca se pode dizer não… O Pedro é e será sempre uma pessoa muito especial para mim, mas essa notícia não tem fundamento nenhum. Não há qualquer tipo de reaproximação.
– Essa fase está realmente arrumada?
– Sinto que fizemos tudo da forma mais correta para com os nossos sentimentos. Não nos questionamos se fizemos bem ou não. Estamos cientes da decisão que tomámos e sentimos que isto nos faz estar de bem com a vida.
– Esta é uma cidade plena de romantismo. Aconteceu pensar em tudo o que viveu ou já só visualiza o futuro?
– Apesar do romantismo, em momento algum esta cidade me remeteu para o Pedro. Se penso que é uma cidade para se conhecer a dois, sem dúvida, mas ainda não estou para aí virada [risos].
– Quando voltar a apaixonar-se, a Maria será uma peça fundamental…
– Claro que só gostarei de quem goste da minha filha. A Maria faz parte de mim e alguém que me ame terá inevitavelmente de amar a minha filha.
– E como se sente neste novo papel de mãe solteira?
– Há uma responsabilidade acrescida, sem dúvida. Sei que vou ter sempre o Pedro a apoiar-me, mas, mais do que nunca, não posso falhar na educação da minha filha. Se educar a dois já não é fácil, quanto mais cada um por seu lado.
– A vossa decisão não será também uma forma de ensinarem à Maria que as pessoas não se devem acomodar?
– Esse foi sempre um bocadinho o meu lema. Ninguém merece viver acomodada ou a sentir que está bem mas já não é tão feliz. Mas também não devemos banalizar as coisas nem desistir ao primeiro desafio. Deve-se lutar, mas não se deve ficar preso a algo que deixou de fazer sentido.
– Já não era então maioritariamente feliz?
– Posso dizer que sou muito mais feliz a viver um grande amor, como qualquer outra pessoa, mas a minha filha, os meus amigos e a minha família nunca me deixaram sentir que de repente sou uma pessoa sozinha. Ainda não senti isso, o que é incrível. Talvez por isso me continue a sentir feliz. É uma adaptação, outra realidade, estou em busca da felicidade plena, mas sinto que estou no caminho certo. E esta fase também vai ser importante para o meu crescimento enquanto mãe e mulher. Desde que me conheço enquanto adulta sempre tive namorados e também é interessante saber quem sou eu sem namorado.
Cláudia Vieira: “Éramos muito apaixonados, mas as pessoas vão-se tornando diferentes”
Recém-separada, a atriz visitou pela primeira vez a cidade do amor, Verona, e falou sem subterfúgios do fim da sua relação de nove anos com Pedro Teixeira.
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