Pela
primeira vez, Kátia Aveiro abriu as portas da casa da família, na Moita,
à imprensa e apresentou-nos os seus dois filhos, Rodrigo, de 11 anos, e Dinis,
de três. Humilde e sempre bem-disposta, a cantora mostrou-nos o seu refúgio e
falou-nos do seu novo trabalho musical, o single Boom sem Parar, do seu
papel de mãe, da sua relação com o irmão, o jogador de futebol Cristiano
Ronaldo, e de como é exigente na hora de escolher namorados.
– Este novo single foi a realização de mais um sonho?
Kátia Aveiro – Completamente! O primeiro álbum já foi há muito tempo,
depois houve um segundo e um terceiro, mas depois fui mãe novamente e houve uma
paragem. Achei que poderia realizar-me só como mãe, mas a música fazia-me
falta. E cá estou eu, em boa hora. Porque assim faço aquilo de que gosto e sou
mãe na mesma.
– E os seus filhos gostam da sua faceta de cantora?
– Sim, muito! Estão muito orgulhosos da mãe, e isso faz-me feliz.
– Como é a sua relação com eles?
– Não sou mãe-galinha, sou mãe-amiga. Sou muito carinhosa com eles, mas também
muito rigorosa. Acho que é essencial ter esses dois lados, um permissivo, outro
com regras. Eu tive regras e aprendi com isso. E agora uso essas bases, que
ganhei com a minha mãe, na educação dos meus filhos.
– E que bases são essas?
– Essencialmente, é valorizar tudo aquilo que temos, porque o que eles têm eu
nunca tive na idade deles. Explico-lhes que muito poucas crianças têm o
privilégio de ter o que eles têm. E que o facto de terem não faz deles melhores
pessoas. Digo-lhes isso muitas vezes, em diversas situações. Têm que ser
pessoas humildes.
– E eles valorizam esses ensinamentos? Para umas crianças que têm tudo pode
ser complicado…
– Valorizam. Não são crianças egoístas, repartem aquilo que têm. As roupas ou
os brinquedos que já não usam querem logo dá-los a alguém, e ficam contentes
quando veem as outras crianças com as coisas que eram deles. O Rodrigo fica
muito emocionado quando ouve histórias tristes de outras pessoas. Ele é um
bocadinho destravado, mas é um menino bom, muito humilde e meigo. Mas todas
essas características têm também a ver com a nossa forma de estar…
– E é uma mãe que lhes dá tudo?
– Nem de longe, nem de perto! Digo não muitas vezes! E não quer dizer que não
possa dar. Graças a Deus, posso.
– Vem de uma família que teve poucas possibilidades económicas. Como se
sente alguém que não tinha nada e passou a ter tudo?
– Quando dizem que nós não tínhamos nada… não era bem assim. Tivemos uma
infância com muitas dificuldades económicas, mas tínhamos muito amor em casa e
nunca passámos fome, ao contrário do que já foi dito na comunicação social. A
minha mãe sempre trabalhou para nos sustentar, não tínhamos fartura, mas
tínhamos o essencial e éramos felizes assim. E quando nos juntamos, recordamos
com alguma saudade o tempo em que estávamos todos juntos e que, mesmo com o
pouco que tínhamos, éramos felizes. Perante essas dificuldades, unimo-nos de
tal maneira que hoje continua a haver um elo muito forte entre todos nós. A
minha vida sem a minha família não fazia sentido, nada disto valia a pena.
– Não se deixou deslumbrar quando passou a ter uma vida mais abastada?
– Não. Aliás, quando hoje nos acontecem situações que só acontecem a quem tem
muita exposição pública, comentamos entre nós que não têm muito a ver connosco.
Habituámo-nos, porque as coisas foram acontecendo naturalmente, mas dizemos
entre nós que somos felizes é em casa, com o nosso churrasquinho, as nossas
músicas, as nossas conversas e recordações do passado.
– Mas houve de certeza hábitos que mudaram, coisas que adquiriram…
– Claro, mas somos as mesmas pessoas, fazemos as mesmas coisas, só que com
outras condições. A mim, por exemplo, ninguém me tira o Natal na Madeira,
exatamente como era há 20 anos, ir a casa da minha avó, das minhas tias, ver as
minhas primas, fazer os licores… Não há dinheiro nenhum no mundo que pague
isso.
– Qual foi o maior capricho que concretizou depois de a sua vida mudar para
melhor?
– Não sou muito consumista, dou mais importância à qualidade de vida. O
capricho maior que tive foi mesmo esta casa. Queria uma casa grande, com jardim
e piscina, para os meus filhos brincarem, para receber a minha família e amigos
de forma reservada. E comprei o carro dos meus sonhos. Já tive possibilidade de
trocar por um superior, mas não troco.
– Diz-se que vocês se metem todos na vida uns dos outros…
– Se somos uma família que está constantemente junta, se não há distância nem
frieza nas nossas relações – e nós preocupamo-nos demasiado uns com os outros,
não conseguimos estar bem se soubermos que um de nós não está bem –, é natural
que falemos e opinemos sobre todos os assuntos da vida de cada um. Mas cada um
é livre de fazer o que quer.
– Tem-se dito que não gostam muito da namorada do Cristiano, a Irina Shayk.
É verdade?
– Não gosto de falar sobre isso. A minha opinião não interessa ao público. O
importante é que o meu irmão seja feliz. E se ele está feliz, nós também
estamos. Se a Irina o faz feliz, claro que gostamos dela.
– Separou-se há pouco tempo do pai dos seus filhos…
– Não gosto de falar sobre a minha vida pessoal. Só posso dizer que está tudo
bem, que temos uma relação ótima e que o mais importante é o bem-estar dos
nossos filhos. Somos pessoas que gostamos de estar bem e felizes. Como já
disse, temos que valorizar as coisas boas que temos. Então, para quê criar
problemas? A vida é tão curta…
– E já tem namorado?
– Estou sozinha, ao contrário do que já foi publicado em algumas revistas. Neste
momento, vivo para a minha carreira, para os meus filhos e para a família.
– E não sente vontade de estar apaixonada?
– Não. Tenho estado tão ocupada com este projeto musical que ainda não pensei
nisso. Ter um namorado não é o mais importante agora. Não quer dizer que não me
volte a apaixonar, mas neste momento não faz parte dos meus planos. Sou muito
exigente.
– Com o mediatismo que tem, é fácil perceber quem se aproxima de si por amor
ou por interesse?
– Tenho aprendido muito com algumas desilusões da vida… O que não quer dizer
que às vezes não me engane… Mas também sei que tenho qualidades para as pessoas
gostarem de mim como sou, sei que sou boa pessoa. Se fosse casmurra, egoísta,
se tratasse mal os outros… mas não, tenho boa energia, sou simpática, sou a
mais alegre do meu grupo de amigos… Aqueles que me atraiçoarem é que ficam a
perder!
Kátia Aveiro: “Tenho qualidades para gostarem de mim como sou”
A irmã de Cristiano Ronaldo recebeu a CARAS no refúgio da família, na Moita.
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