Juntos há 14 anos, Thomas
e Gabriela Schmutz esperam o primeiro filho para outubro. A viver em
Matosinhos desde agosto de 2011, o diretor da Volvo Cars Portugal e a
psicóloga, ambos de nacionalidade suíça, dizem que já se sentem em casa e
elogiam a flexibilidade, amabilidade, simpatia e acolhimento dos portugueses.
De tal forma que da lista de nomes para o filho constam alguns portugueses.
Embora percebam tudo o que ouvem, ainda tentam expressar-se em português com
alguma timidez. A aprendizagem da nossa língua está a demorar mais tempo que o
previsto, devido à facilidade com que os portugueses falam inglês e gostam de
ajudar à comunicação.
Há dez anos no grupo Volvo Cars, Thomas, de 42 anos, é o rosto em Portugal da
marca sueca, cujos clientes descreve como sendo pessoas que gostam de fazer
escolhas responsáveis e preferem mostrar bom gosto a exibir sinais exteriores
de riqueza.
– Mudou-se para o Porto há ano e meio, para assumir a direção da Volvo Cars.
Que semelhanças/diferenças encontra entre Portugal e a Suíça?
Thomas Schmutz – À primeira vista, pode pensar-se que os dois países não
têm nada em comum, mas além de ambos terem sensivelmente o mesmo número de
habitantes, também partilham o gosto por produtos de qualidade, como carros,
relógios e roupas. Os portugueses são muito simpáticos e acolhedores. E são
extraordinariamente flexíveis, veja-se a forma como lidam com a atual situação
económica!
– Já se sentem em casa no Porto?
– Completamente! Acima de tudo, porque tenho uma ligação muito forte ao mar e
aqui não só tenho o Atlântico como paisagem, como posso praticar desportos de
água como a vela, o remo ou o surf. Na Suíça vivíamos próximos de um
lago, mas não é a mesma coisa. De resto, a cidade também é muito bonita, embora
me pareça menos cosmopolita que Lisboa, por exemplo. E isto não é pejorativo,
até é algo que me agrada.
Gabriela Schmutz – As pessoas têm-nos facilitado as coisas com simpatia
e amabilidade. Em geral, os portugueses são muito solidários e quando se
apercebem de que alguém precisa de alguma coisa estão sempre dispostos a
ajudar.
– A Gabriela está grávida de cinco meses, de um menino. Já decidiram se o
bebé vai nascer em Portugal?
– Ainda não sabemos, porque o médico que me acompanha está na Suíça e como não
foi fácil engravidar, sinto-me mais segura com ele, porque conhece o meu
historial.
Thomas – Mas estamos a estudar nomes portugueses para o nosso filho!
– E como foram os primeiros meses de gravidez?
Gabriela – Está tudo a correr bem. Tenho feito caminhadas pela marginal
e ioga, sinto-me muito bem, apesar de ser tudo novidade.
– A Gabriela é psicóloga, pensa exercer cá em Portugal?
– É uma possibilidade, mas para isso tenho de falar melhor o português.
No meu trabalho é crucial perceber o que as pessoas estão e não estão a dizer.
Quem sabe depois de o bebé nascer…
– Têm ideia de quanto tempo ficarão em Portugal?
Thomas – Trabalho numa multinacional, como tal, nunca sei para onde
poderei ir. Temos de ser flexíveis, mas isso é algo que os portugueses sabem
bem o que é.
– Numa altura em que a situação económica não é a mais favorável, quais são
os principais desafios do seu trabalho?
– Fazendo um paralelismo com a vela, o problema é que neste momento não há
muito vento. Por isso, o maior desafio é colocar o barco de forma a que consiga
apanhar o bocadinho que existe. Não faz sentido navegar em alto mar, sem rumo,
mas ficar em terra está fora de questão. Como tal, na Volvo, o desafio é
aproveitar o vento que existe para navegar, de preferência com terra à vista.
Thomas e Gabriela Schmutz pensam em nomes portugueses para o filho
O diretor da Volvo Cars Portugal e a mulher mudaram-se da Suíça para Portugal e já se sentem em casa.
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