O julgamento do recurso pelo Tribunal da Relação de Lisboa esteve inicialmente marcado para 26 de janeiro, mas Ricardo Sá Fernandes, advogado do arguido e apresentador de televisão Carlos Cruz, pediu a alteração da data por se encontrar num outro julgamento em Lousa (caso Rui Pedro), tendo a sessão ficado agendada para hoje, após acordo das partes.
Vaz da Neves, presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, disse à Agência Lusa que, face ao interesse mediático que o processo suscitou, foi decidido reservar uma série de lugares na sala de julgamento para acolher a comunicação social.
Fonte ligada ao processo adiantou à Agência Lusa que cada uma das partes deverá ter cerca de meia hora para realizar as alegações, mas devido ao elevado número de intervenientes não é de excluir que o coletivo de juízes tenha que agendar mais sessões de julgamento para concluir os trabalhos. A fonte disse que, nesta fase do processo, não são esperados incidentes processuais de última hora, mas que, como este caso já teve no passado muitas surpresas, nenhuma hipótese deve ser excluída à partida.
No acórdão de 1ª instância, em setembro de 2010, o apresentador de televisão Carlos Cruz, o ex-motorista casapiano Carlos Silvino, o advogado Hugo Marçal, o médico Ferreira Diniz, o ex-provedor-adjunto da Casa Pia Manuel Abrantes e o diplomata Jorge Ritto foram condenados a penas de prisão por crimes de natureza sexual com jovens da Casa Pia.
O principal arguido, Carlos Silvino, que implicou vários outros arguidos no julgamento da primeira instância, que foi repartido entre o Tribunal Militar de Santa Clara e o Tribunal de Monsanto, veio, após o acórdão, desdizer tais acusações, mas a Relação indeferiu um pedido para acolher a alteração de depoimento.
O coletivo de juízes da Relação é presidido por Rui Rangel, coadjuvado por Guilhermina Freitas e Calheiros da Gama.