Barack e Michelle Obama têm uma grande tarefa pela frente. Conscientes de que se espera muito deles, os Obama parecem saber administrar as expectativas e até se mostram à vontade no seu papel. Simpáticos, firmes, moderados, activos e descontraidamente elegantes, têm tudo a seu favor no momento em que ocupam a Casa Branca, na qualidade excepcional de primeiro casal negro a fazê-lo. "A Michelle mantém-me consciente da natureza das coisas. Conhece os meus pontos fortes e fracos, faz-me ter os pés assentes na terra se me levo muito a sério." Apesar da excessiva mediatização sobre a sua presidência, glorificada e sentimentalizada para lá do que seria normal, os Obama passam a ideia de um casal equilibrado e apaixonado na forma como lidam com a pressão mediática: quando Michelle deu os parabéns ao marido pela vitória nas presidenciais, sorriram naturalmente um para o outro, mostrando uma cumplicidade tudo menos forçada. E o novo presidente dos Estados Unidos não esconde a sua admiração pela mulher, seja enquanto mãe – das duas filhas do casal, Malia, de dez anos, e Sasha, de sete -, esposa ou conselheira. Ninguém espera que a advogada Michelle Obama, de 45 anos, uma jurista de sucesso diplomada pela prestigiada Universidade de Harvard, se remeta ao seu papel de dona de casa e mãe. O marido, dois anos mais velho, chama-lhe "o pilar da família" e admite que necessita do seu apoio e ouve as suas opiniões. De certa forma, esta aparente facilidade em mostrar que são pessoas como as outras – e no entanto em tudo diferentes, por força das circunstâncias – tem jogado a favor do casal. Barack permite-se, por exemplo, mostrar a sua dimensão humana, como quando chorou no funeral da avó, permitindo que a mulher se mantivesse ternamente firme a seu lado. Desde o princípio que está assente que Michelle terá sempre uma palavra a dizer na vida do marido. Barack sabe o que as pessoas esperam dele. "Honestidade. Competência. Elas esperam um governo que lute por elas. Eu estou disposto a viver à altura dessas expectativas, porque foi o motivo que me fez concorrer ao cargo", declara. E espera também que a sua mulher o recorde dessas metas: "Ela mantém-me consciente da verdadeira natureza das coisas. Conhece os meus pontos fortes e fracos, faz-me ter os pés assentes na terra quando me levo muito a sério." Se lhe perguntam quem tem o melhor sentido de humor, ele responde: "Ela." Michelle confirma: "Eu." Se se põe em questão quem tem a palavra final, ele não hesita: "Ela." A mulher concorda: "Eu." A sintonia é perfeita. "Mesmo como primeira-dama, o meu trabalho continuará a ser o de mãe." (Michelle) Mas quem é Michelle Obama? De onde vem, o que quer e que papel desempenhará no número 1600 da Pennsylvania Avenue, na ala leste da Casa Branca, um prédio construído em parte por escravos? A nova primeira-dama dos Estados Unidos é descrita como uma mulher de personalidade forte, que sabe impor-se e tem estilo. Estilo marcante, por sinal, e bem diferente do das suas antecessoras. De tal forma que já é comparada à mais famosa e elegante primeira-dama, Jacqueline Kennedy, sem no entanto ser considerada uma seguidora. Michelle Obama, Michelle O ou, simplesmente, Mrs. O, é autêntica e não tem medo de errar. "A minha prioridade será sempre a de fazer com que as nossas filhas estejam bem de saúde e mantenham os pés assentes na terra." (Michelle) Michelle sempre disse nunca estar muito interessada em ser o foco das atenções. Porém, não hesitou em dedicar dois anos da sua vida a uma exaustiva campanha para eleger o marido como primeiro presidente negro do país. Oficialmente, Michelle defende-se de toda a especulação sobre a sua ambição política. "Mesmo como primeira-dama, o meu primeiro trabalho continuará a ser o de mãe. A minha prioridade será sempre a de fazer com que as nossas filhas estejam bem de saúde e mantenham os pés assentes na terra, como crianças normais: com deveres, arrumações, dança e futebol", afirmou numa entrevista, ao mesmo tempo que se apresentava como uma "primeira-mãe". Na adaptação à Casa Branca, Michelle conta com a ajuda da própria mãe, Marian Robinson, de 71 anos, viúva. A função desta será a de ajudar a filha a cuidar de Malia e Sasha. Uma decisão aprovada pelo próprio Barack, que já esclareceu que não vê qualquer inconveniente em morar com a sogra. "A minha prioridade será sempre a de fazer com que as nossas filhas estejam bem de saúde e mantenham os pés assentes na terra." (Michelle) Michelle Obama pretende ainda seguir de perto a vida quotidiana das famílias americanas, particularmente das mulheres, como fez durante a campanha eleitoral. "Michelle quer continuar a trabalhar com o que gosta: apoiar as famílias dos militares, ajudar as mulheres que tentam conciliar trabalho e vida de família, e incentivar as boas acções", salienta a sua equipa. Porém, a longo prazo, esta jurista de sucesso, que ganhava mais como vice-presidente do Hospital Universitário de Chicago, do qual acaba de se demitir, do que o marido como senador, pode ir muito mais longe. Os americanos sabem-no, e não parecem incomodados com isso. Pelo menos enquanto durar este período de namoro com os Obama, que surgem como verdadeiros salvadores da pátria numa época especialmente difícil para o país, com a crise económica plenamente instalada.
Barack Obama elogia a mulher: “A Michelle é o pilar da família”
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