Jornalista há vinte anos, nem sempre é fácil para Patrícia Gallo conciliar o papel de mãe com o de profissional. Contudo, o seu sentido de organização permite-lhe ser uma mãe presente para Madalena, de seis anos, e Maria Francisca, de nove, fruto do seu casamento com André Romano Colaço, de quem está divorciada há mais de três anos. Sem se querer alongar muito sobre a sua vida privada, a jornalista, de 41 anos, confessou ter uma óptima relação com o ex-marido, que admite ser "um excelente pai".Foi numa produção intimista em sua casa, no Parque das Nações, que Patrícia partilhou com a CARAS as emoções da maternidade e os desafios cada vez maiores que se impõem a uma mãe divorciada com uma vida profissional preenchida. "Gostava de ter mais tempo disponível para as minhas filhas." – O Natal com duas crianças em casa deve ser vivido de uma forma muito intensa…Patrícia Gallo – O Natal é uma época muito partilhada. Elas ajudam sempre na decoração da casa, dão muitas opiniões e constroem anjinhos para colocar na árvore. Claro que as prendas são sempre a grande atracção, mas tento desvalorizar a parte material, incutindo aquilo que é importante não só nesta altura, como ao longo de todo o ano, que é pensar nas pessoas que nos são próximas e naquelas que precisam mais de ajuda. E tento que elas dêem valor àquilo que têm, porque são umas meninas cheias de sorte. Passo-lhes também a ideia de que esta época deve ser de reflexão. – A Patrícia também aproveita esta época para reflectir sobre a sua vida?- Tenho uma atitude de reflexão todos os dias, porque estou constantemente a tentar perceber o que é que está bem ou mal na minha vida. Gosto desta época, apesar de vivê-la a correr. Há pouco tempo para saborear as coisas. A nossa vida é muito acelerada e nem sempre dá para viver tudo como queremos. – Não deve ser fácil para uma mãe divorciada conciliar a vida familiar com a profissional…- Consigo conciliar tudo, mas com algumas ajudas, como as da minha empregada e da minha mãe. Obviamente que as minhas filhas estão sempre em primeiro lugar, mas o meu trabalho é uma coisa muito importante para mim. E, por vezes, reconheço que elas acabam por ficar para depois. Se eu souber que elas estão bem de saúde, acabam por ficar um bocadinho em segundo lugar. Gostava de ter mais tempo para as minhas filhas… O André não vive em Portugal, mas quando cá está também me dá uma grande ajuda. Mas quando está no estrangeiro, como é óbvio, não consegue estar presente. "Já estou divorciada há mais de três anos, mas eu e o André temos uma relação muito especial, entendemo-nos muito bem." – Apesar de já ter sido publicado que o seu divórcio é recente, a Patrícia já está divorciada há algum tempo…- Sim, já estou divorciada há mais de três anos, mas eu e o André temos uma relação muito especial e de uma grande cumplicidade. Entendemo-nos genuinamente bem, em tudo. E ele é um pai fantástico. – Depois do divórcio mudou como mãe?- Não senti que mudasse, porque o André já passava muito tempo fora durante o nosso casamento. E como nos articulamos muito bem como adultos e pais, não senti nenhuma diferença, e penso que as minhas filhas também não. Elas não sentem esse peso dos pais separados. Sentem mais a ausência do pai, porque está longe. Como todas as meninas, as minhas filhas são muito agarradas ao pai. E o André também é um pai superbabado e orgulhoso. – O facto de ser uma casa só de mulheres, também deve ter criado uma cumplicidade especial entre si e as suas filhas…- Criou. Sermos todas mulheres traz-nos uma cumplicidade especial, porque gostamos das mesmas coisas. Mas a relação que têm comigo também têm com o pai, embora haja afinidades femininas: é a mim que a Maria Francisca pede opiniões sobre roupa, por exemplo. – Como tem uma vida profissional muito preenchida, as suas filhas cobram as suas ausências?- Às vezes cobram e eu acabo por me sentir culpada. Tenho momentos de culpa, por sentir que estou a dar menos do que devia e que acabo por perder alguns momentos da vida delas. Mas também acho que é muito importante elas perceberem que têm uma mãe que é uma referência de trabalho, que trabalha em algo que lhe dá prazer, como o Jornal 2, que é uma das coisas que estou a fazer. E quando surgiu esta oportunidade, falei com elas. A Madalena não reagiu muito bem, mas a Maria Francisca, que é madura para a idade, percebeu perfeitamente e ficou contente por eu ir fazer uma coisa de que gostava. E esse exemplo também é importante para elas. "Como todas as meninas, as minhas filhas são viciadas no André. E ele também é um pai muito orgulhoso." – Gostava de voltar a casar-se?- Preferia não falar muito sobre isso… Não faço qualquer tipo de planos a esse nível. Neste momento, a minha vida está preenchida como mãe, dona de casa, jornalista… Estou bem como estou. – Depois de 20 anos no jornalismo, gostava de experimentar outra área?- Hoje em dia, já não me imagino a fazer outra coisa. Obviamente que ao longo destes 20 anos também fiz coisas de que não gostei tanto, mas penso que isso faz parte do percurso profissional de todas as pessoas. Gosto muito do que estou a fazer e o nervosismo típico dos directos até acaba por ser um bocadinho viciante. Mesmo com os anos, essa sensação não passa, porque continuamos a ter aquele sentido de responsabilidade.
Patrícia Gallo: “Tenho uma atitude de reflexão diária”
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