Os três anos de diferença de idades começou por mantê-los separados em grupos de amigos diferentes, mas apenas adiou o inevitável. Ana Elias da Costa, de 32 anos, e Luís Fernandes, de 29, conheceram-se em criança e, embora apenas o piloto de aviação civil se recorde dessa altura, ambos sentem que estavam predestinados a ficar juntos. A história é simples e Luís recorda-a cheio de sorrisos: "Já nos conhecíamos há alguns anos, desde os meus oito anos. Ou, melhor, eu conhecia-a, ela talvez não tivesse dado por mim. [risos] Tenho uma fotografia no álbum de família em que ela está sentada numa vedação a assistir a uma prova [de saltos a cavalo] em que estou a participar e à volta dela está desenhado um coração. Coisas de miúdo… [risos] Na altura só nos cumprimentávamos, pois nem sequer pertencíamos ao mesmo grupo de amigos. Só mais tarde um amigo em comum nos convidou para passar umas férias num barco e foi aí que tudo começou." Luís e Ana casaram-se há cinco anos, depois de dois de namoro, e desta relação feliz já nasceram duas filhas: Carlota, de quatro anos, e Bárbara, de 18 meses. "Eu sou mais sincera, digo abertamente que tenho ciúmes e pergunto tudo, ele não, ‘mói’ para dentro." (Ana) – Pelo que concluo desta história, só pode ter sido o Luís a conquistá-la…Ana Elias da Costa – Sim, mas não foi difícil… [risos]Luís Fernandes – Também não foi tão fácil quanto isso, pois cada vez que eu aparecia, a Ana ficava um pouco incomodada. [risos]Ana – É verdade. Antes daquelas férias embirrava um pouco com o Luís, pois não me lembrava nada dele de infância e ele dizia que se lembrava lindamente de mim e que, inclusivamente, tínhamos namorado no início da adolescência. Depois fomos de férias e à última da hora esse nosso amigo lembrou-se de convidar o Luís, e foi a melhor ideia que ele teve em toda a vida. – Pode quase dizer-se que foi amor à primeira vista, se ignorarmos as respectivas infâncias?- Eu digo que foi amor à segunda vista. Foi raiva à primeira vista, pois achava um escândalo ele dizer que tinha namorado comigo, mas foi amor à segunda. [risos] Foi a melhor segunda vista que eu poderia ter tido. [risos] – Imagino que hoje em dia se divirtam a recordar esses momentos…- É realmente divertido, principalmente a história do álbum. É que a mãe dele guardou esse álbum… Só depois de namorarmos é que nos apercebemos daquela fotografia e que a menina com o coração era eu. Foi muito giro. "Por vezes perguntamo-nos o que faríamos aos fins-de-semana se não tivéssemos as competições e os cavalos." (Luís) – Sentem que estavam predestinados um ao outro?- Acho que sim, são aquelas coincidências fabulosas. Há coisas difíceis de explicar, e é curioso.Luís – Eu acho que estávamos realmente destinados um para o outro. – Têm tido, então, uma vida feliz…- Muito. – A profissão do Luís a estar ausente por alguns períodos. É difícil para a Ana?Ana – É óbvio que as fases em que ele está fora me custam, até porque sou bastante ciumenta, [risos] mas confio muito no Luís. Claro que preferia estar sempre com ele e acompanhá-lo nas viagens, mas isso não é possível. – E é somente a Ana que é ciumenta?- [risos] Não, eu sou é mais sincera. Digo abertamente que tenho ciúmes e pergunto tudo, ele não, ‘mói’ para dentro. Mas eu acabo por obrigá-lo a falar, pois acho fundamental que assim seja.Luís – De facto eu guardo as coisas para mim, mas sou mais ciumento do que ela.Ana – Eu falo logo sobre tudo, até porque acho que a conversa é fundamental para a longevidade de um casamento. Ele não gosta muito, mas insisto até à última. Mesmo sendo coisas sem importância, acho que é melhor falar logo do que guardar. – E qual dos dois é mais romântico?- Sou mais romântica na teoria e o Luís na prática. O Luís tem mais actos de romantismo do que eu, tem mais iniciativa. "Gostaria, acima de tudo, que aquilo que elas escolhessem as preenchesse. Se fossem os cavalos, seria maravilhoso." (Ana) – É fácil agradar à Ana?Luís – Sim, basta trazer um beijinho da rua que ela já fica feliz. [risos] – Então a Ana dá atenção aos detalhes…Ana – Imenso. Mas também é fácil ao Luís agradar-me. [risos]Luís – Por isso digo que o nosso casamento tem sido fácil. [risos] – A vossa vida mudou depois de terem sido pais?- Claro que sim. Especialmente em relação à parte social, de resto, é basicamente igual a quando começámos a namorar. Claro que há um determinado tipo de limitações, mas também é óptimo que assim seja.Ana – Sempre tentámos mudar o mínimo possível a nossa vida. Claro que elas são a nossa prioridade, mas não é a nossa vida que tem de mudar em função delas, temos, sim, de nos adaptar uns aos outros. Até mesmo quando temos concursos de saltos, pois ambos praticamos, e seria muito mais cómodo deixá-las com alguém, fazemos questão de as levar connosco. Claro que o facto de elas também adorarem os cavalos torna tudo mais fácil. – Mas procuram manter alguma independência enquanto casal…- Julgo que sim, até porque os momentos a dois são muito importantes e fazemos questão que aconteçam. Mas não deixa de ser um sentimento estranho, pois quando elas não estão presentes, é como se faltasse uma parte de nós, como se houvesse um vazio. – Para o Luís, deverá ser ainda mais complicado, uma vez que o trabalho o obriga a temporadas longe de casa e da família…Luís – É muito complicado estar longe delas e custa-me muito, especialmente aos fins-de-semana, pois é a altura em que estão sempre em casa, mas também a que eu raramente estou. Às vezes estou em casa durante a semana, mas como as meninas estão na escola e a Ana a trabalhar, nunca é a mesma coisa. Tento aproveitar ao máximo sempre que estamos juntos, mas sente-se sempre que falta algo. – Ambos trabalham, mas continuam ligados às competições equestres. Isso já faz parte da vossa rotina?Ana – Sim, para mim é muito complicado imaginar a minha vida sem os cavalos e sem os concursos.Luís – Muitas vezes perguntamo-nos o que faríamos aos fins-de-semana se não tivéssemos as competições e os cavalos. E muitas vezes questionamo-nos sobre o que é que as outras pessoas fazem… [risos] "É muito complicado estar longe delas, custa-me muito." (Luís) – A Bárbara e a Carlota também já têm uma boa relação com os cavalos. Gostariam que elas se dedicassem igualmente às competições?Ana – Estaria a mentir se dissesse que não. Adorava, mas tenho muita preocupação em autodisciplinar-me para não lhes impor isso. Gostaria, acima de tudo, que aquilo que elas escolhessem as preenchesse. Se fossem os cavalos, seria maravilhoso.Luís – Nós queremos que elas sejam aquilo que nós não fomos. Que tenham uma vida hípica um pouco mais além do que a nossa, embora a da Ana seja superior à minha, pois ela competiu e a minha foi apenas desportiva. – Sendo tão ligados à família, não é difícil adivinhar que dão grande importância ao Natal…- É realmente uma época para as crianças. Acima de tudo, gostamos é de estar em família, pois divertimo-nos sempre muito.Ana – Eu gosto imenso da época. Inconscientemente, a nossa vida melhora nesta altura, pois está tudo muito mais bonito e em geral as pessoas também andam mais bem-dispostas e são mais afáveis. Felizmente a nossa família é muito grande – a Carlota e a Bárbara ainda têm os oito bisavós vivos – e a época torna-se especial. Como é difícil juntar toda a família, vamos alternando entre a minha família e a do Luís. O que se mantém são as tradições. Por exemplo, gosto de fomentar a ideia da existência do Pai Natal e gostava que ambas descobrissem o mais tarde possível que o Pai Natal não existe. No início foi complicado arranjar solução para o facto de todos virem para casa na noite de Natal cheios de sacos, mas depois expliquei-lhe que como o Pai Natal tem muitos meninos a quem dar presentes, ao longo do mês de Dezembro vai depositando os presentes na casa dos familiares e, depois, quando for hora de os entregar, telefona. A Carlota achou o máximo e passa a noite à espera que o telefone toque. Claro que vamos contar a mesma história à Bárbara. [risos]
Ana Elias da Costa e Luís Fernandes: Uma paixão predestinada ao sucesso
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