O cinema dava ainda os primeiros passos quando Manoel de Oliveira nasceu. E o realizador, que comemora o seu centenário a 11 de Dezembro, recorda-se de, aí pelos seis anos, ir ver filmes de Charlie Chaplin ou Max Linder com o pai, um industrial portuense que foi o primeiro a fabricar lâmpadas em Portugal. Desse tempo ficou-lhe a vontade de ser actor cómico, que acabou por não concretizar, apesar de ter feito um curso de representação e de ter começado a sua ligação ao cinema com pequenos papéis em Fátima Milagrosa e A Canção de Lisboa. Ou seja, a sua vida correu a par e passo com a História da Arte que aos 100 anos ainda o faz mover com a energia de um jovem, uma paixão a que a sua incrível longevidade – incrível pela excelente forma física que mantém e pela extraordinária lucidez e capacidade criativa. O dia dos seus 100 anos será passado a filmar, em Lisboa, uma adaptação de um conto de Eça de Queirós, Singularidades de uma Rapariga Loira, que espera ter pronto no espaço de um mês, para a seguir se dedicar a um projecto antigo que quer levar a Cannes em 2009. O mais antigo dos cineastas vivos do mundo estreou-se atrás das câmaras com apenas 23 anos, no tempo do mudo, com o documentário Douro, Faina Fluvial, mas foi já depois dos 77 anos, quando se iniciou a sua profícua colaboração com o produtor Paulo Branco, com Le Soulier de Satin, que começou a fazer filmes ao ritmo alucinante de um ou mais por ano.
Manoel de Oliveira: Uma vida a par e passo com a história do cinema
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